Antártica

Elisson Amboni
Pinguins na Antártica. Imagem: Pexels

A Antártica, ou Antártida, é o continente mais frio, seco e ventoso no mundo. Ela contém 90% de todo o gelo na Terra, numa área que é apenas 1,3 menor que o tamanho do Brasil. Contudo, esse continente é muito mais do que apenas um grande bloco de gelo. No passado, quando fazia parte do grande continente Gondwana, a Antártica era quente e úmida, e abrigou uma fauna e flora vasta em seu solo.

O clima antártico

A Antártica é o quinto maior continente do mundo. Seu tamanho varia de acordo com as estações, pois um mar costeiro se expande e quase dobra o tamanho do continente durante o inverno. Quase toda a Antártica está coberta por gelo, com menos de 0.5% sem essa cobertura.

O continente ainda se divide em duas regiões, conhecidas como Antártica Ocidental e Antártica Oriental. A Antártica Oriental constitui dois terços do continente, e tem quase o tamanho da Austrália. O gelo nessa parte do continente tem quase 2 km de espessura.

Por sua vez, a Antártica Ocidental é um conjunto de ilhas congeladas que se estendem até o extremo sul da América do Sul, formando ali uma extensão dos Andes.

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Há diversos montes na Antártica, que constantemente ficam cobertos por gelo e neve. Imagem: Pexels

As duas regiões da Antártica se separam pelas Montanhas Transantárticas, que atravessam o continente e às vezes ficam quase completamente cobertas por gelo.

O gelo da Antártica não é liso e constante, pois passa por constantes mudanças. Geleiras atravessam o continente, quebrando o gelo, e icebergs caem ao longo da costa, onde plataformas e geleiras se desprendem no mar. Fendas com rachaduras de centenas de metros de profundidade também se encontram na região, cobertas apenas por uma camada rasa de neve.

A Antártica tem baixíssima umidade, com as regiões internas apresentando uma precipitação anual de apenas 50mm, menor que a do deserto do Saara.

A vida no mundo congelado

A vida vegetal da Antártica limita-se a um punhado de musgos, líquens e algas, mas a cobertura sazonal de musgos na Antártica cresceu constantemente nos últimos 50 anos. Os cientistas esperam que o continente frio se torne ainda mais verde nos próximos anos, a medida que as temperaturas globais continuam crescendo.

Mas ainda que haja pouca vida vegetal e ausência completa de anfíbios, répteis e mamíferos terrestres, há grande abundância de vida selvagem no continente.

Grandes populações de pinguins, baleias, peixes e invertebrados proliferam-se ao longo dos mares frios e pelas costas da Antártica, especialmente no verão.

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Há uma abundância de vida selvagem no continente congelado. Imagem: Pexels

“Você vê, de fato, um espectro completo de vida selvagem, que não veria em qualquer outro lugar do mundo”, de acordo com Chuck Kennicutt, ex-presidente do Scientific Committee on Antactic Research.

“É um local realmente lindo e inspirador. Muitas pessoas que vão até lá embaixo no início de suas carreiras se dedicam à ciência antártica pelo resto das vidas”, disse ele.

Não há povos indígenas no continente. Hoje, habitações humanas se espalham numa variedade de estações de pesquisa científica, pertencentes a mais de 20 países, incluindo a China, Rússia, Brasil, Japão, França, Alemanha e os Estados Unidos.

Cerca de 4.000 cientistas visitantes se espalham pelas 70 estações durante o verão, segundo o Norwegian Polar Institute.

Ciência no gelo

Ainda que a Antártica seja em grande parte um ponto de encontro para climatologistas, oceanógrafos e biólogos marinhos, o deserto congelado também atrai astrônomos de todas as partes do globo.

Devido ao seu clima seco e à ausência de poluição luminosa, a Antártica é um dos melhores locais da Terra para observar o espaço.

Um pequeno número de telescópios e observatórios estelares, como o South Pole Telescope e o IceCube Neutrino Observatory encontram-se no continente.

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A água em torno do continente duplica o seu tamanho ao congelar durante o inverno. Imagem: Pexels

Nas últimas décadas, cientistas usando tecnologia de radar e de satélite descobriram um sistema de lagos e rios abaixo das grossas chamadas de gelo da Antártica. Estudar esses lagos subglaciais pode ajudar os cientistas a refinar predições para as próximas décadas, como mudanças a longo prazo nas camadas de gelo, segundo um comunicado de imprensa da National Science Foundation em 2016.

A região também é um ótimo local para buscar por meteoritos, pois as rochas escuras se destacam facilmente contra o plano de fundo branco. Em 2013, um grupo de cientistas japoneses e belgas encontrou um meteorito de 18 kg na Antártica Oriental.

Por fim, encontrar micróbios em algumas das regiões mais desoladas da Antártica também deu aos cientistas a esperança de encontrar vida em planetas inóspitos. Em 2014, por exemplo, cientistas identificaram micróbios antárticos capazes de se sustentar por si mesmos no ar.

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