O Sol é uma das primeiras coisas que vemos ao sairmos para o trabalho, escola ou faculdade de manhã. Ou para qualquer outra atividade humana que envolva deixar nossas casas. E, independente do que faremos ou de quem fará, veremos ele no céu, brilhando. Pelo menos, em dias em que o tempo está favorável, com poucas nuvens. Mas mesmo nesses dias, podemos contar que nossa estrela-mãe estará fornecendo energia para nosso planeta, a 150 milhões de quilômetros de nós.
Por ser tão corriqueiro e fundamental em nossas vidas, às vezes podemos esquecer do que é o Sol. E não apenas do que é feito, mas o que realmente é aquela cegante esfera que observamos acima de nós. É uma estrela, como muitas outras. Aliás, têm propriedades, tamanho e massa bastante comuns, independente do quão importante é para nós. E como objeto estelar, compartilha de características e fenômenos particulares dessa classe de corpos celestes. Como, por exemplo, as erupções estelares. Ou, no caso do Sol, erupções solares.
O Sol em atividade
A chamada atmosfera solar, isto é, a região do Sol fora do núcleo e das zonas de convecção do plasma e radiação, é dividida em algumas partes. São elas a fotosfera, a cromosfera e a coroa. Elas estão presentes nessa ordem, de dentro para fora. Para ilustrar melhor, é como se o Sol fosse composto por várias camadas. A fotosfera é como se fosse a camada exterior, a superfície do Sol. E o resto da atmosfera, assim, se estende pelo espaço. O que é mais interessante sobre essa região do Sol, contudo, é que ela não é apenas um prolongamento da matéria solar. Mas sim, tem características próprias e fenômenos particulares. Entre eles, as já mencionadas erupções.
A causa desses eventos se relaciona às altas temperaturas solares. Mas também é bastante relacionada ao magnetismo no Sol. Este, aliás, tem atividade variável e periódica. Os chamados ciclos solares têm duração aproximada de 11 anos. E eles determinam a quantidade de manchas solares que vemos. Nessas regiões escuras o campo magnético é mais intenso, penetrando a fotosfera e ligando a coroa ao interior solar. Também é nelas que surgem as tais erupções solares. Essas, por sua vez, ocorrem pela interação de partículas carregadas em altas velocidades com o plasma que forma a estrela, em uma liberação intensa de energia magnética. Após essas erupções, pode ocorrer também as chamadas ejeções de massa coronal (EMCs). Nesse caso, não apenas luz é emitida, mas também matéria.
A relação entre as EMCs e as erupções é conhecida, bem como a causa das erupções. Ainda não compreendemos tão bem, contudo, seus mecanismos de funcionamentos. Ainda assim, sabemos que esses fenômenos são importantes também para a Terra. Afinal, estão relacionados às magníficas auroras boreais. Podem também, contudo, causar distúrbios nos satélites e telecomunicações por aqui.
Uma erupção das grandes
O Halloween desse ano teve, pelo mundo todo, as tradicionais fantasias de bruxas e monstros características da época. Também marcou, contudo, uma época do ano de alta na atividade solar. Registrou-se uma grande erupção solar que atingiu a Terra com grandes quantidades de radiação provenientes de nossa estrela-mãe. De fato, não é motivo para nos preocuparmos, mas é bom ficar de olho em nossos sistemas de comunicação. Isso porque os cientistas registraram essa erupção em particular na classe X1, que faz parte do grupo mais intenso de explosões. A NASA divulgou um vídeo do espetáculo que foi o evento em questão.
A atividade do Sol vem registrando altas desde 2019, como parte de seu ciclo natural de 11 anos. É esperado, portanto, ver uma erupção como essa, além de maior presença de manchas solares. Sem dúvida, é uma época interessante para astrônomos e físicos especializados na estrela. E aliás, até mesmo para astrônomos amadores, que podem observar as manchas e até as ejeções de massa coronal com auxílio de filtros especializados para evitar danos nos olhos. Além disso, claro, quem está pelos países do extremo norte poderá ser agraciado com a presença de belas auroras boreais.