Satélites podem detectar baleias encalhadas

Lorena Franqueto
Imagem por ArtTower/Pixabay.

As baleias são gigantes e também possuem grande peso, porém observá-las do céu parece um trabalho difícil. A muitos metros de distância esses animais bolhas ou manchas. Mesmo assim, um novo estudo mostrou que boas imagens de satélite podem identificar com precisão baleias encalhadas. Além disso, a observação direto do espaço pode ainda colaborar para identificação desses mamíferos em litorais mais remotos.

Há muito tempo, os humanos monitoram o oceano, porém a única forma de encontrar baleias em sofrimento é por meio de redes de monitoramento em locais povoados e ricos. Mesmo quando o acompanhamento desses animais seria necessário para indicar maiores problemas no ecossistema.

Infelizmente, na maioria das vezes é impossível identificar as baleias e salvá-las, porque quando encontradas já se encontram em estados de decomposição. A autora principal do artigo, Penny Clarke, relatou sobre a importância de novos equipamentos.

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Imagem: WikimediaImages/Pixabay

As palavras dela foram as seguintes: “Os satélites podem permitir que as comunidades locais compreendam melhor os padrões, o tempo e a localização dos eventos de encalhe em massa, para informar quando investir recursos para intervenção no solo”.

A metodologia para identificar as baleias encalhadas:

Em 1999, aconteceu o lançamento de satélites com sensores VHR (alta resolução) e os autores avaliaram o potencial de detecção das baleias do espaço. Por isso, o tipo da pesquisa seguiu o modelo “estudo de caso” em retrocesso, isto é, visitando o passado.

Em primeiro lugar, a equipe avaliou os encalhes de 2015 no Golfo de Penas, no Chile. Naquele ano, mais de 300 baleias-sei apareceram mortas na costa e, infelizmente, equipes de pesquisa do país só perceberam a tragédia quando viram as carcaças dos animais.

Dessa forma, os pesquisadores resolveram avaliar as imagens dos satélites naquele período e perceberam que as baleias encalhadas apareceram logo no início de março de 2015.

Em março de 2019, quando baleias-sei apareceram mortas no mesmo Golfo, os autores já buscaram as fotografias do céu. Com isso, pelas imagens, perceberam encalhes desde o final de fevereiro.

Vale ressaltar que as imagens de satélite não substituem as ações em terra. Uma vez que apenas ações presenciais identificam maiores problemas nas baleias, como presença de um vírus ou uma embolia.

Infelizmente, também/ há algumas limitações nessas investigações e análises pelos satélites. Primeiramente, as imagens não estão disponíveis no intervalo de data que os pesquisadores precisam e há menos de 30 satélites VHR circulando a Terra.

Além disso, a identificação das baleias dependem de digitalizações manuais e mesmo os algoritmos não são muito precisos. Isso ocorre porque a decomposição dos animais muda muito ao longo do tempo. Por fim, também é necessário dar ordem para os satélites fazerem as fotografias e essas operações são caras, até mesmo o acesso às fotos é difícil.

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Imagem: J. Findlay Imagery/Getty Images

O futuro das observações por satélite:

Tendo em vista as dificuldades, as máquinas precisam de melhor automação, como uso de inteligência artificial, para melhor identificação das baleias encalhadas e com maior velocidade.

Felizmente, uma parceria entre diversas entidades já está em ação, através do desenvolvimento de um sistema que identifica automaticamente mamíferos marinhos em imagens de satélite. O novo projeto chama-se GAIA (Inteligência Artificial Geoespacial para Animais) e as expectativas são gigantes.

Ainda, Clarke deu um depoimentos sobre os próximos passos: “Não sabemos o suficiente sobre alguns desses desafios que enfrentaremos”. Porém, o potencial dessa nova tecnologia é imenso, ela contou: ‘É literalmente fora deste mundo”.

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