A busca por planetas habitáveis é um dos principais objetivos da astronomia moderna. Afinal, a descoberta de um planeta que possa abrigar vida extraterrestre seria um dos maiores avanços científicos da história da humanidade. Mas, afinal, quais são os fatores que tornam um planeta habitável?
O conceito de habitabilidade planetária envolve uma série de fatores primordiais e secundários que devem ser considerados. Dentre os fatores primordiais, podemos citar a distância do planeta em relação à sua estrela hospedeira, a massa do planeta, a presença de água líquida e a capacidade de manter uma atmosfera. Já os fatores secundários incluem a composição química do planeta, a presença de um campo magnético e a estabilidade da órbita.
Determinar se um planeta é habitável requer uma avaliação criteriosa dessas condições.
Fatores primordiais
Distância do Sol
A distância do planeta em relação ao Sol é um fator crucial para a sua habitabilidade. Se um planeta estiver muito próximo do Sol, ele será muito quente, o que pode impedir a existência de água líquida e, consequentemente, a existência de vida como a conhecemos. Por outro lado, se um planeta estiver muito distante do Sol, ele será muito frio, o que também pode impedir a existência de água líquida e, portanto, a vida.
A distância ideal para um planeta habitável é conhecida como “zona habitável“. Essa zona é uma faixa de distância do Sol em que as temperaturas são adequadas para a existência de água líquida. A Terra está localizada dentro da zona habitável do Sistema Solar. Vênus também está, mas, como sabemos, ele está longe de ser habitável.
Tamanho do planeta
O tamanho do planeta também é um fator importante para a sua habitabilidade. Se um planeta for muito pequeno, ele não terá gravidade suficiente para manter uma atmosfera, o que fará com que a água e outros gases escapem para o espaço. Por outro lado, se um planeta for muito grande, ele pode reter gases tóxicos em sua atmosfera, o que também pode impedir a existência de vida.
Os planetas com o tamanho ideal para a habitabilidade são aqueles que têm massa entre 0,1 e 5 massas terrestres.
Campo magnético
O campo magnético é um fator menos conhecido, mas igualmente importante para a habitabilidade de um planeta. Ele é gerado pelo núcleo do planeta e ajuda a proteger a sua atmosfera dos ventos solares, que podem remover gases importantes para a vida.
A presença de um campo magnético é especialmente importante para planetas que orbitam estrelas mais ativas, que emitem mais radiação. A Terra tem um campo magnético forte, o que ajuda a proteger a sua atmosfera e a sua vida. Marte, contudo, possui um campo magnético fraco, o que colaborou para a perda de sua atmosfera.
Fatores secundários
Composição atmosférica
A composição da atmosfera de um planeta pode influenciar sua habitabilidade. Por exemplo, a presença de oxigênio na atmosfera é um fator importante para a vida na Terra. Outros gases, como dióxido de carbono e metano, também podem desempenhar um papel na regulação da temperatura do planeta.
Presença de água
A presença de água líquida é um fator crucial para a habitabilidade de um planeta. A água é essencial para a vida como a conhecemos e pode desempenhar um papel importante na regulação da temperatura do planeta. Além disso, a água pode fornecer um ambiente adequado para a evolução da vida.
Atividade geológica
A atividade geológica de um planeta pode influenciar sua habitabilidade de várias maneiras. Por exemplo, a atividade vulcânica pode fornecer nutrientes essenciais para a vida, enquanto a atividade tectônica pode ajudar a regular a temperatura do planeta. Além disso, a atividade geológica pode influenciar a composição da atmosfera de um planeta.
Exemplos de planetas habitáveis
Agora que conhecemos esses dois importantes fatores para a habitabilidade, você deve estar se perguntando: existe algum planeta além da Terra e Marte que podem ser considerados habitáveis? A resposta é sim. Esses planetas possuem uma série de características que tornam possível a existência de vida em sua superfície. A seguir, são apresentados alguns exemplos.
Kepler-186f
Kepler-186f é um exoplaneta descoberto pelo telescópio Kepler em 2014. Ele está localizado na constelação de Cygnus, a cerca de 500 anos-luz da Terra. Kepler-186f é um pouco maior do que a Terra e orbita uma estrela anã vermelha. Ele está localizado na zona habitável de sua estrela, o que significa que a temperatura em sua superfície é adequada para a presença de água líquida. Além disso, ele possui uma atmosfera semelhante à da Terra.
Proxima Centauri b
Proxima Centauri b é um exoplaneta que orbita a estrela mais próxima do nosso sistema solar, a Proxima Centauri. Ele foi descoberto em 2016 e está localizado a cerca de 4,2 anos-luz da Terra. Proxima Centauri b é um pouco maior do que a Terra e orbita sua estrela na zona habitável. Ele também pode ter uma atmosfera semelhante à da Terra.
TRAPPIST-1e
TRAPPIST-1e é um exoplaneta que orbita a estrela TRAPPIST-1, localizada a cerca de 39 anos-luz da Terra. Ele foi descoberto em 2017 e está localizado na zona habitável de sua estrela. TRAPPIST-1e é um pouco maior do que a Terra e pode ter uma atmosfera semelhante à da Terra. Além disso, ele é um dos sete planetas que orbitam a estrela TRAPPIST-1 e todos eles estão localizados na zona habitável.
Kepler-62f
Kepler-62f é um exoplaneta descoberto pelo telescópio Kepler em 2013. Ele está localizado na constelação de Lyra, a cerca de 1.200 anos-luz da Terra. Kepler-62f é um pouco maior do que a Terra e orbita uma estrela semelhante ao Sol. Ele está localizado na zona habitável de sua estrela e pode ter uma atmosfera semelhante à da Terra.
Gliese 667 Cc
Gliese 667 Cc é um exoplaneta que orbita a estrela Gliese 667 C, localizada a cerca de 22 anos-luz da Terra. Ele foi descoberto em 2011 e está localizado na zona habitável de sua estrela. Gliese 667 Cc é um pouco maior do que a Terra e pode ter uma atmosfera semelhante à da Terra. Além disso, ele é um dos três planetas que orbitam a estrela Gliese 667 C e todos eles estão localizados na zona habitável.
