O reino animal tem uma expectativa de vida incrivelmente longa, que excede em muito a média de vida humana. Embora existam animais terrestres de vida muito longa (a tartaruga mais antiga, por exemplo, tem quase 190 anos), nenhum deles entram na lista.
Os verdadeiros campeões da idade vivem todos na água. Conheça alguns abaixo.
1. Baleia-da-Groelândia: potencialmente com mais de 200 anos de idade
As baleias-da-Groelândia (Balaena mysticetus) são os mamíferos vivos que vivem mais tempo. A idade exata dessas baleias árticas é desconhecida, mas vestígios de arpões antigos encontrados em algumas dessas baleias provam que elas podem viver mais de 200 anos, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).
As baleias têm mutações em um gene chamado ERCC1, que está envolvido no reparo do DNA danificado. Assim, isto pode ajudar a proteger as baleias de câncer, uma causa potencial de morte. Além disso, outro gene, chamado PCNA, tem uma seção que foi duplicada. Este gene está envolvido no crescimento e reparo celular, e a duplicação poderia retardar o envelhecimento.
2. Tubarão-da-Groenlândia: 272+ anos de idade
Os tubarões-da-Groenlândia (Somniosus microcephalus) também vivem nos oceanos Ártico e Atlântico Norte. No entanto, são encontrados em alta profundidade. Eles podem crescer até 7,3 metros de comprimento e têm uma dieta que inclui uma variedade de outros animais, incluindo peixes e mamíferos marinhos como as focas.
Um estudo de 2016 sobre o tecido ocular de tubarão-da-Groenlândia, publicado na revista Science, estimou que esses tubarões podem ter uma vida útil máxima de pelo menos 272 anos. O maior tubarão desse estudo foi estimado em cerca de 392 anos, e os pesquisadores sugeriram que os tubarões poderiam ter até 512 anos de idade. As estimativas de idade vieram com um grau de incerteza, mas mesmo a estimativa mais baixa de 272 anos ainda faz destes tubarões os vertebrados vivos da Terra que vivem mais tempo.
3. Amêijoa oceânica: 500+ anos de idade
As amêijoas do mar (Arctica Islandica) habitam o Oceano Atlântico Norte. Esta espécie de água salgada pode viver ainda mais do que as outros bivalves conhecidos por viverem bastante tempo, como os mexilhões pérola de água doce.
Uma amêijoa oceânica encontrada na costa da Islândia em 2006 tinha 507 anos, de acordo com o National Museum Wales, no Reino Unido. A antiga amêijoa foi apelidada de Ming por ter nascido em 1499 quando a Dinastia Ming governou a China (de 1368 a 1644).
4. Coral negro: mais de 4.000 anos de idade
Os corais parecem rochas e plantas coloridas, mas na verdade são compostos pelos exoesqueletos de invertebrados chamados pólipos. Estes pólipos continuamente se multiplicam e se substituem criando uma cópia geneticamente idêntica, o que com o tempo faz com que a estrutura do exoesqueleto do coral cresça cada vez mais. Os corais são, portanto, compostos de múltiplos organismos idênticos, ao invés de serem um único organismo, como os tubarões-da-Groenlândia ou as amêijoas oceânicas, de modo que a idade de um coral é mais um esforço de equipe.
Os corais podem viver por centenas de anos ou mais, mas os corais negros de águas profundas (Leiopathes sp.) estão entre os corais que vivem mais tempo. Os espécimes de corais negros encontrados na costa do Havaí, por exemplo, foram estimados em 4.265 anos de idade.
5. Turritopsis dohrnii: potencialmente imortal
Turritopsis dohrnii são chamadas de águas-vivas imortais porque elas podem potencialmente viver para sempre. As águas-vivas começam a viver como larvas, antes de se estabelecerem no fundo do mar e se transformarem em pólipos. Estes pólipos então se transformam em águas-vivas. Turritopsis dohrnii são especiais pois podem se transformar novamente em pólipos se forem fisicamente danificadas ou passarem fome, e depois retornar ao seu estado de águas-vivas, de acordo com o Museu Americano de História Natural.
As águas-vivas, que são nativas do Mar Mediterrâneo, podem repetir este feito de reverter seu ciclo de vida várias vezes e, portanto, podem nunca morrer de velhice sob as condições certas. Turritopsis dohrnii são minúsculas – menos de 4,5 milímetros de diâmetro – e são comidas por outros animais, como peixes, ou podem morrer por outros meios, impedindo assim que elas realmente atinjam a imortalidade.
