Você já ouviu falar sobre o Projeto Pegasus? O Forbidden Stories, um grande consórcio internacional de jornalistas de dezessete editores, em parceria com a Anistria Internacional, recuperou uma lista com 50.000 mil números de telefones que estavam sendo manipulados por hackers.
Ou seja, o Projeto Pegasus nada mais é que um software espião, usado para monitorar não só jornalistas, como também políticos, advogados e outros oponentes. Dentre as vítimas, estavam chefes da mídia francesa dos jornais Le Figaro, AFP, Le Monde e France Télévisions.
Os números de telefones resgatados não são espionados 100%, mas fazem parte de uma possível lista de alvos futuros. O Projeto Pegasus espionava treze chefes de estado ou governo (além de três europeus), a intenção era atingir uma média de 1.000 franceses.
Há diversas maneiras de implantar o software em aparelhos eletrônicos: por meio de aplicativos, acesso direto ao smartphone, instalação de um link bloqueado, dentre outros. Ele fica escondido no nível do kernel do telefone, o coração do sistema operacional, por isso é muito difícil de ser detectado/deletado do aparelho.
De onde surgiu o Projeto Pegasus e quem está por trás desse spyware?
A NSO Group, uma empresa israelense que se tornou líder em vigilância telefônica, é quem publica o software do Projeto Pegasus. Dois ex-agentes da unidade 8200 do IDF fundaram a empresa para implantar spyware em aplicativos e sistemas que apresentam falhas, mas uma pesquisa divulgada no Le Monde, afirmou que a companhia nem sempre está atenta, e disponibiliza seu spyware para quem quiser comprar.
Seus clientes são estados como Marrocos, Azerbaijão e Cazaquistão, todavia, se abstém de operar em, aproximadamente, cinquenta estados e países considerados ‘sensíveis. Estado Unidos, Rússia e Israel aparecem na lista! A Forbidden descobriu o Projeto Pegasus, mas todos os elementos por trás deste ataque hacker ainda não foram revelados.
A pesquisa ainda mostrou que este spyware pode ser útil para pequenos países, no combate ao terrorismo e crime. Entretanto, é uma maneira para se controlar a mídia e os oponentes. Os regulamentos em torno da venda de armas cibernéticas ainda são vagos demais, situação bem oposta em relação ao mercado de armas, por exemplo.
A tecnologia caminha em passos largos para oferecer comodidade, dinamismo e inovação para as pessoas, entretanto, sempre há usuários com más-intenções. Devemos ficar atentos, pois assim como o Projeto Pegasus, há outros hackers tentando colher nossas informações.