Desde o primeiro contato com imagens astronômicas, a variedade de planetas, estrelas e objetos celestes do universo nos encanta. E não apenas por sua complexidade e suas características que podem fugir bastante do comum. Aqui pela Terra, muitas vezes interrompemos nossas vidas por algum tempo para contemplar uma bela flor ou paisagem. O mesmo também poderia ser verdade também fora do planeta. De fato, existe muito de beleza e estética nas diversas formas e cores de um céu que, a olho nu, parece dominado por cores escuras e pontos brancos.
Há, entretanto, muito de comum entre vários desses corpos. Se assim não fosse, não conseguiríamos agrupá-los em diferentes classificações. Há estrelas, as gigantes esferas de plasmas que produzem energia por fusão termonuclear em seu interior. E elas são muito diferentes de planetas, que não produzem energia, mas são apenas aglomerações de gás ou matéria sólida em equilíbrio. Mais próximos dos planetas, estão os asteroides. Na verdade, entre essas duas últimas categorias, pode haver até mesmo bastante interseção.
De uma forma ou de outra, entre semelhanças e diferenças, contemplando a beleza do Sistema Solar, muitas dúvidas surgem. E mesmo algumas que a princípio, seriam simples. Por exemplo, qual o motivo da variedade de cores entre nossos planetas vizinhos?
Os vizinhos rochosos
Mais próximos de nós na Terra estão os planetas rochosos do Sistema Solar. São eles Mercúrio, Vênus e Marte. Porém, na verdade, todos os planetas, e até mesmo o próprio Sol, se formaram da mesma nuvem de gás, a nebulosa primordial. Enquanto a maior parte do gás se aglomerou em nossa estrela central, na região dos planetas mais próximos ao Sol, a história foi diferente. A maior intensidade de radiação varreu o gás dos primeiros planetas, restando rochas e poeira para colidirem até formarem corpos maiores.
No caso de Mercúrio, seu conteúdo já é bem visível por sua coloração cinzenta. Isso porque há no pequeno vizinho grandes quantidades de ferro. Além disso, uma atmosfera tão rarefeita que é praticamente irrelevante. A missão MESSENGER da NASA chegou a mostrar também uma camada espessa de poeira e silicatos. Entre as teorias sobre seu tamanho e composição, está uma colisão que pode ter arrancado boa parte do planeta. Ou então, que a maior parte da matéria que poderia tê-lo formado foi empurrada para longe de si na nebulosa primordial.
Marte, como Mercúrio, tem bastante ferro em sua composição. E muita poeira, diga-se de passagem. Essa, em grande parte, está oxidada (ou como dizemos popularmente, enferrujada), o que explica sua coloração vermelha. É comum também que o contraste do vermelho de Marte seja aumentado em fotos para visualizarmos melhor suas características. O visual do planeta, contudo, não deixa de ser notável. Assim, aliás, como Vênus. No caso desse, pode ser difícil até mesmo visualizar sua superfície. Ao observá-lo por um telescópio simples, devemos ver um branco brilhante, com detalhes amarelos. Isso em razão de sua atmosfera composta principalmente de dióxido de carbono. O que ocorre por lá, portanto, é como um efeito estufa fora de controle.
Planetas gasosos: grandes e turbulentos
Júpiter é como uma estrela que não deu certo. Composto principalmente de hidrogênio e hélio, assim como o Sol, não atingiu massa suficiente para iniciar a fusão nuclear. O maior dos planetas é inteiramente uma atmosfera, sendo uma grande bola de gás. Além disso, tem variações climáticas. Um bom exemplo é a chamada Grande Mancha Vermelha. Trata-se de uma enorme tempestade que pode ser vista até mesmo por um telescópio amador. Sua cor pode ser explicada por estar em uma altitude maior do que a maior parte do gás de Júpiter. Assim, recebe mais radiação do Sol. Além de tudo, Júpiter tem características faixas nas cores marrom e bege.
Ao lado do gigante do Sistema Solar, está Saturno. É, talvez, o mais querido do Sistema Solar, devido a seus característicos anéis. E além da beleza deles, o planeta é também bem ativo. Há tempestades na região inferior da atmosfera. De vez em quando, chegam à superfície, aparecendo como manchas brancas. Como Júpiter, é composto principalmente de hidrogênio e hélio, com certa presença de gelo e metano. Semelhantemente, aliás, a Urano e Netuno, os dois últimos planetas. Nesses casos, contudo, a proporção de metano é maior. Há também mais gelo e são menos enevoados do que a atmosfera de seu irmão cheio de anéis. Isso dá a eles sua aparência mais tranquila e azulada.
A cor dos planetas, portanto, está intimamente ligada à sua composição física e química. Isso vale até mesmo para o ex-planeta, agora rebaixado a planeta anão, Plutão. É composto majoritariamente de gelo, com um núcleo rochoso. Entre todo o gelo, pode haver nitrogênio, metano, monóxido de carbono e um pouco de material orgânico. Toda essa mistura poderia, então, explicar sua cor marrom.