O câncer não surge do nada ou de uma única mutação em uma célula, como pode se pensar. Na verdade, para que ocorra o surgimento de um tumor, diversas marcas genéticas precisam acontecer. Esse processo pode, muitas vezes levar anos e desenvolver esta gama de patologias que denominamos câncer. Mas estamos aqui falando de animais. O câncer pode, sim, acontecer em outros organismos, mas não da mesma maneira.
Fora o reino animal, as plantas, por exemplo, apresentam algo parecido com os tumores que conhecemos. O câncer – nos animais – acontece quando um grupo de células começa a se dividir loucamente, tomando espaço de outras células e roubando seus nutrientes. Além do mais, células tumorais pode desenvolver mutações para evadir o sistema imune, criar novos vasos sanguíneos, dentre outras características.
As plantas, então, podem ter células que se dividem de forma descontrolada. Contudo, um ponto importante é que essas células não podem migrar para outros tecidos (fenômeno da metástase nos animais). Assim, as células tumorais de uma planta ficam restritas a só um lugar, criando nós e bulbos nos tecidos vegetais.
Outro ponto é que as plantas não têm órgãos da mesma maneira que os animais. Se um tumor destrói parte do cérebro, por exemplo, os tecidos nunca irão se recuperar. Agora, caso uma planta perca um galho para um tumor, ela pode facilmente desenvolver outro. Em geral um tumor só será letal para a planta caso corte o transporte de seiva ao redor da planta – e isso raramente acontece.
Câncer e organismos unicelulares
Como dito antes, um tumor acontece por uma divisão descontrolada de células de um tecido. Organismos unicelulares, contudo, como bactérias e a maioria dos protozoários e fungos, têm uma célula só – daí vem o nome unicelular. Caso haja uma divisão descontrolada nesse estágio, portanto, haverá a formação simplesmente de novos organismos livres, e não de um tumor.
Alguns fungos e algas, todavia, são pluricelulares (com várias células). Ainda assim, esses organismos não formam órgãos e tecidos, apenas estruturas primitivas. Assim, um tumor pode, teoricamente, se desenvolver, apesar de não interferir em funções vitais, já que estes organismos dependem muito menos da integração de suas células. Se uma alga é partida no meio, por exemplo, ela pode facilmente formar duas novas algas das novas partes.
Alguns animais como poríferos, por exemplo, também não apresentam altos níveis de complexidade em seus tecidos e nem mesmo formam órgãos. Assim, proliferações anormais de células não terão o mesmo efeito que teriam em um mamífero, por exemplo.