Baleias e golfinhos são resistentes ao câncer. Seu DNA explica por quê

Damares Alves
Imagem de David Mark por Pixabay

De forma geral, as baleias, os golfinhos e botos são muito melhores no combate ao câncer do que nós humanos. Agora, um novo estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society B. nos deixa um passo mais próximo de entender como os cetáceos conseguem esta proeza.

Sabe-se que os cetáceos têm taxas muito mais baixas de câncer do que a maioria dos outros mamíferos, incluindo nós humanos. Pesquisas anteriores mostraram que muitos deles desafiam uma tendência no reino animal em que animais maiores tendem a ter uma chance maior de desenvolver tumores cancerígenos que limitam sua expectativa de vida. Essa situação é conhecida como paradoxo de Peto.

No novo estudo, os pesquisadores estudaram o DNA de vários animais. Eles analisaram a evolução de 1.077 genes supressores de tumor (TSGs). Ao todo, eles compararam a evolução dos genes em 15 espécies de mamíferos, incluindo sete espécies de cetáceos. Ao fazerem isto, eles puderam observar que os genes que regulam o dano ao DNA, a disseminação do tumor e o sistema imunológico foram selecionados positivamente entre os cetáceos. Além disso, a analise também revelou que os cetáceos ganharam e perderam TSGs a uma taxa 2,4 vezes maior do que em outros mamíferos analisados no estudo.

Estes genes estão ligados à longevidade e a menor taxa de mutação de células nos cetáceos. Os pesquisadores concluíram observando que também identificaram genes de baleia ligados a condições humanas, como leucemia, câncer e problemas no sistema nervoso. Isto sugere que o maior número de cópias de genes do envelhecimento em baleias e outros cetáceos provavelmente impede o desenvolvimento de alguns tipos de tumores cancerígenos.

Embora o este estudo seja um passo largo na compreensão destes genes, é necessário mais trabalho para entender completamente por que os cetáceos são menos propensos ao câncer e por que podem viver por tanto tempo.

 

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