Arqueólogos do Projeto Girsu descobriram os restos de um palácio sumério e um templo na antiga cidade de Girsu, hoje localizada em Dicar, no Iraque.
A Suméria foi uma das primeiras civilizações na região histórica da Mesopotâmia. A ocupação em Girsu data da Época Tinita (2900-2335 AEC), emergindo como a capital do reino de Lagash, tornando-se um importante centro administrativo durante a terceira dinastia de Ur (2112-2004 AEC).
Girsu foi descoberta durante o século XIX, com as primeiras escavações sendo conduzidas na década de 1880 pelo arqueólogo francês Ernest de Sarzec.
Essas escavações descobriram a famosa Estela dos Abutres (o monumento de guerra mais antigo que conhecemos), que data do Período Dinástico Arcaico IIIb (2600-2350 AEC) e comemora a vitória do rei Eannatum de Lagash contra Ush, rei de Umma.
O sítio arqueológico constitui-se de dois grandes montículos. Ao longo dos séculos, Girsu sofreu com os padrões insuficientes de escavação dos séculos XIX e XX, e com escavações ilegais que buscavam por artefatos para serem vendidos no mercado negro.
Um estudo de 2021 do Projeto Girsu, uma iniciativa conjunta entre o Museu Britânico e o Conselho Estadual de Antiguidades e Patrimônio do Iraque, tem aplicado um sensoriamento remoto na zona de Girsu, numa área designada como a colina da Tábua.
O estudo revelou um vasto complexo de restos arquitetônicos, que agora foram escavados, revelando um palácio construído em tijolos de barro e mais de 200 tábuas cuneiformes contendo registros administrativos.
Os arqueólogos também desenterraram um santuário de um grande deus sumério, Ningirsu, localizado na região sagrada de Urukug. O santuário chama-se Eninnu, o Pássaro Branco do Trovão, e teria sido um dos mais importantes templos da Mesopotâmia.
O doutor Hartwig Fischer, Diretor do Museu Britânico, disse que os achados possuem grande potencial para nos explicar mais acerca dessa civilização antiga.