No final de outubro do ano 79 EC, a cidade romana Pompeia foi confrontada com o apocalipse. A cidade turística próspera estava localizada a apenas oito quilômetros do Monte Vesúvio, um grande vulcão ativo que, após uma década e meia de ameaças, finalmente entrou em erupção.
Uma nuvem mortal de gás superaquecido, derretido rocha e cinza quente varreu a região circundante, inundando a cidade e seus habitantes. A erupção vulcânica transformou instantaneamente a próspera cidade em ruínas e petrificou muitas das pessoas que lá estavam, preservando suas formas em poses finais angustiantes que revelam os últimos momentos de suas vidas.
Atualmente, a situação em Pompeia é bastante diferente. A cidade antiga, que já foi um lugar habitado por pessoas comuns, se tornou uma das maiores atrações turísticas do mundo, atraindo cerca de 2,5 milhões de visitantes a cada ano.
Entre os principais pontos turísticos da cidade, estão os famosos corpos petrificados das vítimas da erupção do Monte Vesúvio, que foram preservados em poses angustiantes devido à rápida solidificação das cinzas vulcânicas.
Esses corpos, embora tragicamente representativos dos últimos momentos das pessoas que os habitavam, agora são vistos como uma fascinante e comovente janela para o passado, uma forma de conectar-se com a história humana de uma maneira única e visceral. Para muitos visitantes, a experiência de testemunhar essas formas congeladas no tempo é uma das principais razões pelas quais eles viajam para Pompeia.
Mas será mesmo que os corpos petrificados de Pompeia são realmente corpos, foram de fato, pessoas? A verdadeira história diz que não!
Corpos petrificados de Pompeia não são corpos de pessoas e não são tão antigas quanto se pensava
Embora a imagem da rocha derretida envolvendo e preservando os antigos habitantes de Pompéia em poses angustiantes seja extremamente evocativa, ela é imprecisa. Na verdade, se você tivesse visitado o local antes de 1800, não teria encontrado nenhum desses corpos petrificados lá. Então, o que exatamente criou essas figuras icônicas que agora atraem multidões de turistas?
A verdade é que esses corpos petrificados de Pompeia não são corpos reais, conforme explicou Mary Beard, professora de Clássicos da Universidade de Cambridge, em um artigo de 2012 para a BBC Magazine. Eles são, na verdade, o produto da engenhosidade arqueológica do século XIX, remontando à década de 1860.
Durante as escavações em Pompeia, os arqueólogos descobriram cavidades deixadas pelos corpos em decomposição, que foram preenchidas com gesso. O resultado foi uma réplica em tamanho real dos habitantes da cidade antiga, que agora parecem ter sido petrificados na erupção vulcânica.
Ainda que não sejam os corpos reais – os corpos petrificados de Pompeia – essas figuras de gesso são incrivelmente comoventes e fascinantes, fornecendo uma visão única e comovente do passado e ajudando a manter viva a memória das vítimas da erupção do Monte Vesúvio.
O que eram eram os verdadeiros “corpos” dos cidadãos de Pompeia?
Desde o final do século XVI, houve escavações esporádicas em Pompeia, mas foi somente durante um período posterior, sob a direção do arqueólogo Giuseppe Fiorelli, que a Pompeia que conhecemos hoje começou a tomar forma.
Durante o século XIX, escavadores começaram a trabalhar nas camadas de detritos e cinzas que cobriam o local e notaram algo estranho: uma série de buracos e cavidades distintas, às vezes contendo restos humanos.
Eram os verdadeiros corpos dos cidadãos da cidade, não os modelos de cinzas que estamos acostumados a ver hoje. Na verdade, esses vazios na lava eram deixados pela forma de uma pobre vítima, que manteve a lava aberta por tempo suficiente para esfriar em torno de seu cadáver.
À medida que a carne, os órgãos internos e as roupas se decompunham gradualmente, um vazio era deixado – que era uma impressão exata da forma do cadáver no momento da morte. Não demorou muito para que uma faísca brilhante visse que, se o gesso de Paris fosse derramado naquele vazio, obteria um molde de gesso que era uma réplica exata dos corpos petrificados de Pompeia. “Mas [é] apenas uma réplica – mais um ‘anticorpo’ do que um corpo real”, disse Beard.