Antigo navio militar encontrado embaixo d’água sob destroços de templo egípcio

Mateus Marchetto
Imagem: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades.

Até a fundação de Alexandria, em 331 A.C, a cidade de Thonis-Heracleion fora o maior porto do Egito e um dos maiores do mundo. Contudo, diversos terremotos e maremotos acabaram levando a cidade a desabar. Nesse sentido, pesquisadores encontraram um navio militar embaixo dos destroços do maior templo de Thonis-Heracleion.

A missão, liderada pelo European Institute for Underwater Archaeology (EIUA), contou com pesquisadores franceses e egípcios para recuperar dados e imagens dos destroços do templo e da cidade, que foi levada pelas águas e hoje se encontra a 7km mar adentro da costa do Egito.

No entanto, a equipe localizou um antigo navio militar que afundou quando o grande Templo de Amun colapsou sobre a embarcação. Os pesquisadores, por conseguinte, localizaram o navio militar junto a outros artefatos do templo, por meio de scans subaquáticos.

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Imagem: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades.

Além do mais, nos arredores do templo o time de cientistas encontrou um antigo cemitério grego com diversos túmulos. Isso porque povos gregos também chegaram à cidade de Thonis-Heracleion durante as últimas dinastias faraônicas. Esses grupos então construíram seus templos em volta das construções egípcias mais antigas, como o Templo de Amun.

Por volta do segundo século A.C, entretanto, Thonis-Heracleion sofreu seu próprio apocalipse. Isso porque nessa época houve uma alta atividade geológica na região, com intensos terremotos e maremotos que inundaram uma área de 110 km quadrados na Delta do Nilo. Isso causou o colapso de todas as construções e templos, que acabaram dentro da rede de canais que cortava a cidade.

A comunidade de Canopus, nos arredores de Thonis-Heracleion, também acabou destruída pelo cataclismo. Pesquisadores encontraram Canopus em 1999 e Thonis-Heracleion em 2001.

Acontece que um navio militar estava atracado logo ao lado do Templo de Amun, e acabou sendo soterrado embaixo d’água pelos destroços.

A história do navio militar

De acordo com o EIUA, o navio possuía mais de 25 metros de comprimento. Curiosamente fora moldado no estilo grego clássico da construção de navios, mas com certas técnicas egípcias. O casco, por exemplo, tinha um fundo plano que provavelmente o permitira navegar no Nilo. A madeira fora reutilizada, sugerindo uma origem no Egito. Além do mais o navio possuía grandes velas.

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Fragmento do navio. Imagem: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades

O navio militar, por conseguinte, estava embaixo de pelo menos 5 metros de argila. De acordo com a equipe, grandes blocos de pedra acabaram caindo do templo sobre o navio durante o desastre natural. Coincidentemente os mesmos blocos que afundaram o navio o prenderam ao fundo do canal e permitiram que boa parte de sua estrutura – e seus tesouros – continuassem conservados.

Com informações de Ancient Origins.

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