A mudança para uma fonte energética mais limpa e sustentável que cause menos danos ao meio ambiente é essencial para mitigar os efeitos da mudança climática e proteger a natureza.
No entanto, escolher a fonte de energia mais adequada não é uma tarefa fácil, já que a produção de energia pode causar impactos negativos em diferentes áreas, como a biodiversidade e os ecossistemas.
Para ajudar nessa escolha, pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), em colaboração com o Instituto Tecnológico de Grenoble, realizaram um estudo sobre os impactos de 870 usinas de geração de energia.
Os resultados foram preocupantes porque mostraram que seguir as recomendações da Agência Internacional de Energia (AIE) para atingir emissão zero líquida até 2050 pode causar sérios danos ao meio ambiente, ampliando ainda mais a crise ambiental.
Seis tipos de energias foram analisadas
Os pesquisadores analisaram seis tipos de fontes de energia: bioenergia, energia eólica onshore, energia eólica offshore, energia marinha, energia solar e hidroelericidade
O estudo mostrou que a bioenergia é a fonte que causa mais danos ao meio ambiente, sendo a primeira a ser eliminada desse ponto de vista.
A queima de madeira para produzir energia é considerada uma “forma muito diluída de energia”, já que é necessário mobilizar uma grande área de biorrecursos para produzir um único terawatt-hora, o que representa menos de um quarto das necessidades de energia da cidade de Nova York.
Além disso, a análise de quase 150 parques eólicos onshore mostrou que essa solução é apenas marginalmente mais eficiente, pois há potenciais efeitos indiretos sobre a fauna dos requisitos de materiais e a pegada visual do território.
Embora seja possível usar o local onde as turbinas ficam para agricultura ou pastagem, isso raramente acontece na prática.
Energia nuclear pode causar menos danos ao meio ambiente
De acordo com os pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia e do Instituto Tecnológico de Grenoble, a energia nuclear pode ser a solução mais eficiente para a transição energética devido à sua capacidade de fornecer energia “livre de emissões” ocupando menos da metade da área da Bélgica.
Além disso, segundo os pesquisadores, a energia nuclear pode evitar cerca de 99,75% dos danos ao meio ambiente projetados até 2050. Embora esse tipo de energia apresente riscos em relação à gestão de resíduos e possibilidade de acidentes, a sua eficiência e baixo impacto na ocupação de terras são vantagens importantes a serem consideradas.
Os pesquisadores também destacam a importância da conservação e restauração da natureza na mitigação das mudanças climáticas e sugerem a utilização do solo como critério primordial na escolha de uma fonte de energia em detrimento de outra.
