O zircônio é um metal presente no mundo todo. Geralmente é possível encontrá-lo na natureza em forma de cristais, como o silicato de zircônio. Esses cristais podem ser datados, o que fornece uma estimativa de quando o material se formou. Desse modo, pesquisadores puderam identificar uma grande quantidade de silicato de zircônio que se formou há 3 bilhões de anos. Essa data, por conseguinte, coincide com um dos maiores picos térmicos do manto da Terra. Ou seja, nesse período o manto estava ficando mais quente e, por consequência, o magma dessa região estava se expandindo e derramando sobre a crosta.
A expansão do manto ajudou a criar a crosta moderna
Há 3 bilhões de anos, a própria terra só tinha 1,5 bilhão de anos de existência. Dessa forma, a composição geológica do planeta era bem diferente. A atividade vulcânica era muito mais intensa e a atmosfera ainda era muito primitiva. É provável que mesmo a vida, ademais, só tivesse surgido há alguns milhões de anos até então. Nessa época, a crosta da Terra era muito mais fina e, semelhante a hoje, estava à deriva sobre todo o conteúdo do manto. Ou seja, as placas continentais que conhecemos hoje mal haviam se formado. Portanto, a abertura de brechas e mesmo quebra das placas continentais era muito mais fácil.
Assim, com a expansão do magma no interior do manto, a rocha derretida veio à tona e adicionou muito mais material geológico à crosta. Ao longo de algumas centenas de milhões de anos, o magma que escapou do manto deu origem a placas continentais mais robustas.
Após mais alguns bilhões de anos e muitos outros derramamentos de magma, houve a formação das placas tectônicas até que, por fim, a superfície terrestre atingiu a configuração que tem hoje. Tudo isso concluído a partir de alguns cristais de zircônio.
O artigo está disponível no periódico Nature Communications.