Em março de 2020 guardas florestais encontraram duas girafas brancas mortas na Comunidade de Conservação Ishaqbini Hirola, no Quênia. Os animais provavelmente acabaram mortos por caçadores ilegais da região. Esses dois animais, mãe e filhote, eram animais muito raros. Hoje, inclusive, só mais um animal desse tipo está vivo, e ele é o filhote mais velho da girafa morta. Por esse motivo, diversas organizações agora estão monitorando o macho de girafa branca por GPS.
Após a morte dos animais, os guardas florestais concentraram esforços em proteger o animal restante. Para tanto, diversas organizações ajudaram a instalar um sistema de rastreamento remoto em um dos ossiconos – os pequenos “chifres” das girafas – do animal. O equipamento tem um sistema de carga pela luz solar e permite que a unidade de conservação tenha informações a cada uma hora sobre a posição do animal.
Dessa forma, sempre que a girafa estiver indo em direção a áreas conhecidas de caça, os pesquisadores saberão. Assim é possível agir o mais rápido possível e retirar o animal da área de risco.
Essa girafa branca não é um animal albino
O albinismo nos animais acontece por uma mutação genética. Assim, esse evento faz com que o animal não produza melanina normalmente. Isso, em geral, faz com que o bicho tenha uma coloração branca e olhos vermelhos. Contudo, essas girafas do Quênia não são albinas. O que acontece é que esses animais têm leucismo. Ou seja, as células da pele não produzem tanta melanina quanto seria o normal. Todavia, os olhos e diversos pontos do corpo têm coloração.
Essa característica pode ser observada em diversos animais, como os pavões brancos. Todavia, as três girafas citadas acima são as únicas conhecidas recentemente com essa característica. Vale lembrar que o macho de girafa branca que sobreviveu ainda pode passar essa aparência para os seus filhotes.
As girafas do leste da África estão profundamente ameaçadas
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, há pelo menos 4 espécies de girafas. Cada uma delas possui identidades específicas e habitam lugares diferentes. As girafas somalianas são a espécie do macho que está sendo rastreado. Além do mais, essa espécie é a mais ameaçada das quatro. Acredita-se que nos últimos 30 anos a população dessa espécie diminuiu em 56%. Essa redução foi maior do que o conjunto de todas as outras 3 espécies.
No entanto, as populações de todos os tipos de girafas diminuíram em pelo menos 40% nesse mesmo período de tempo. O motivo principal para esse declínio é, sobretudo, a caça ilegal. Ademais, os hábitats das girafas estão diminuindo e também ameaçando as espécie. A lista vermelha IUCN, inclusive, mostra que existem apenas 11.000 girafas somalianas no mundo todo.
Esse mesmo padrão se repete com centenas de espécies africanas. Zebras, antílopes e grandes felinos também fazem parte da lista de animais ameaçados pela caça ilegal. Nesse sentido, o rastreamento dos animais pode ajudar a prevenir, como dito antes, que os bichos acabem entrando em zonas que os caçadores utilizam ilegalmente. Além de ser um hobby bastante cruel, a caça de elefantes e rinocerontes, por exemplo, movimenta milhares de dólares no comércio ilegal de marfim.