Arqueólogos poloneses descobriram vários esqueletos de macacos que eram animais de estimação no Egito Antigo.
Os antigos gregos e romanos viveram no Egito no primeiro e segundo século DC.
Cemitério com macacos de estimação
Arqueólogos da Universidade de Varsóvia encontraram um cemitério de animais no antigo porto de Berenice, na costa do Mar Vermelho do Egito.
De antemão, os restos mortais dos macacos de estimação foram encontrados enterrados com muito cuidado.
À primeira vista, os pesquisadores estavam trabalhando no local quando descobriram vários desses esqueletos de primatas que datavam do domínio romano na região.
Então, durante anos eles presumiram que os macacos pertenciam a espécies guenon, bem comuns nesta área, segundo o First News.
No entanto, especialistas não identificaram de imediato essas amostras.
Quando os restos mortais foram reexaminados usando scanners e comparados as suas descobertas com espécies de macacos da África e de outros lugares, eles se surpreendam.
Animais de estimação e comércio no Egito Antigo
Os pesquisadores determinaram que os restos mortais dos macacos eram originalmente da Índia.
A professora Marta Osypinska, uma zooarqueóloga que participou do projeto, disse ao First News que está é uma descoberta única.
Até então, ninguém tinha encontrado macacos indianos em sítios arqueológicos na África.
O antigo porto de Berenice, onde foi feita a descoberta, era conhecido por suas extensas relações comerciais com a Índia.
Aos tempos dos faraós, o porto era o local de negociação com postos avançados africanos.
O comércio com a Índia foi iniciado quando os Ptolomeus (305 a 30 aC) precisaram de elefantes de guerra para as batalhas intermináveis com o Império Selêucida.
A relação comercial entre o Egito Antigo e a Índia mais tarde se expandiu para especiarias, têxteis e ouro, com lucros imensos.
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Macacos de estimação indianos eram símbolos de status no Egito Antigo
A professora é citada pelo Daily Express como tendo dito que “já sabíamos que especiarias, têxteis e outras riquezas eram importados da Índia. Acontece que os macacos também.”
A especialista disse à First News acreditar que os influentes romanos viviam em Berenice e queriam tornar o seu tempo agradável na companhia de vários animais. Entre eles também havia macacos.
Os animais exóticos importados teriam sido bem caros, por ser uma posse extremamente rara no Egito Antigo. Portanto, símbolo de status.
A evidência também revela o quanto esses macacos de estimação eram amados.
“Alguns dos macacos de estimação, em particular, foram colocados para descansar com as mãos perto da cabeça, como crianças dormindo”.
Um dos macacos de estimação enterrados foi encontrado coberto com cobertor de lã, enquanto outro foi enterrado com grandes conchas valiosas do primeiro e segundo século DC.
Embora eles tenham sido animais populares, não viveram muito.
Talvez os macacos não tenham recebido comida adequada o suficiente ou não tenham se adaptado ao clima do Egito. Ou simplesmente morreram devido ao estresse.
Esta pesquisa forneceu novos insights sobre o comércio romano com a Índia e, também, sobre o estilo de vida na época do Egito Antigo.
Com informações de Ancient Origins e Smithsonian Magazine.