A Estação Espacial Internacional por pouco não foi atingida por um pedaço de lixo espacial. Inicialmente os engenheiros indicaram que o objeto passaria nas proximidades da ISS por volta das 18h21 pelo horário de Brasília, da terça-feira, 22 de setembro.
O lixo espacial estaria numa distância de 1,39 km. Pode parecer muita coisa, mas ao considerar que o objeto se move a cerca de 28 mil km/h, essa distância fica curta. A NASA adotou a cautela para impedir uma colisão, realizando uma manobra de esquiva.
Os três tripulantes da Expedição 63 que vivem a bordo da ISS se isolaram em uma nave Soyuz. Então, caso os destroços atingissem a estação, as chances de fuga seriam maiores.
Por volta das 17h19 o Controle da Missão lançou propulsores de uma espaçonave russa por 150 segundos para impulsionar o maior complexo de laboratório a uma zona fora de perigo. Conforme a NASA, esse é um protocolo adotado quando a chance de colisão é superior a 1 em 10.000.
A cada ano mais manobras devem ser feitas para evitar colisões
Não é de hoje que a ISS sofre com lixo espacial. Desde 1999 foram realizadas quase 30 manobras de evasão. Aliás, nos últimos anos estes quase-acidentes vem ficando cada vez mais comuns. Somente neste ano foram 3 manobras.
Até mesmo pequenos pedaços de lixo espacial são uma forte ameaça. Conforme o administrador da NASA, Jim Bridenstine, o impacto de 10 centímetros de alumínio seria o mesmo que detonar 6,8 quilos de TNT.
Existem mais de 650.000 objetos do tamanho de uma bola de softaball voando na órbita da Terra. O número deve continuar aumentando conforme as viagens comerciais ao espaço ganham força. Além disso, cerca de 70% dos quase 10 mil satélites colocados em órbita desde 1950 estão destruídos, desativados ou mortos.
Nos últimos anos Estados Unidos, Rússia e Índia testaram armas anti-satélite, com um grande míssil para eliminar os objetos. E isso acabou atrapalhando pois espalhou ainda mais destroços.
Quanto mais lixo espacial, mais perigo
A Síndrome de Kessler diz que com tanto lixo, qualquer objeto lançado no espaço enfrenta o perigo. A teoria é do astrofísico Donald J. Kessler. “Estamos entrando em uma nova era de controle de detritos”, escreveu ele em 2009. “Uma era que será dominada por um número lentamente crescente de colisões catastróficas aleatórias”.
Atualmente a Rede de Vigilância Espacial (SSN), controlada por militares norte-americanos e seus parceiros estão monitorando o máximo de objetos que conseguem. Assim, eles documentam centenas de milhares de possíveis quase-acidentes a cada ano.
Com informações de NASA e Business Insider.