Os cientistas estão cada vez mais interessados em desvendar os mistérios do Universo. Afinal, 95% do seu conteúdo ainda é desconhecido, sendo chamado coletivamente de setor escuro, que inclui a matéria escura e a energia escura.
A matéria escura representa a forma dominante de matéria no Universo, enquanto a energia escura permeia o espaço-tempo e é responsável pela expansão acelerada do cosmos. Entretanto, a existência dessas entidades depende da nossa compreensão da gravidade, baseada na teoria geral da relatividade de Einstein.
A teoria geral da relatividade descreve a gravidade como a manifestação da curvatura e deformação do espaço-tempo. No entanto, sabemos que essa teoria é incompleta, já que se decompõe nos centros dos buracos negros e no início do universo. Isso levou muitos cientistas a propor teorias de gravidade modificada, que são extensões e refinamentos do modelo original de Einstein.
Testar teorias alternativas de gravidade enfrenta diversos obstáculos. A relatividade geral foi testada em muitos contextos e escalas, dificultando construir uma teoria diferente o suficiente para explicar a matéria escura e a energia escura, mas que ainda satisfaça todas as restrições observacionais conhecidas.
Recentemente, pesquisadores descobriram que não é necessário olhar para as estrelas para testar teorias modificadas da gravidade. Na verdade, podemos usar a própria Terra. Eles perceberam que, sob gravidade modificada, as ondas sísmicas se propagam pela Terra de maneiras diferentes e em velocidades distintas.
Como conhecemos muitas propriedades da Terra, como sua massa e momento de inércia, podemos utilizar dados sísmicos para testar teorias de gravidade modificada. Até o momento, os dados não indicam a necessidade de desviar do modelo original de Einstein. Porém, quanto mais ferramentas e métodos de pesquisa desenvolvermos, melhor.