Temos falado muito sobre a extinção de animais, como dinossauros e mamutes. Contudo, as frutas extintas também merecem nossa atenção. A monocultura, cada vez mais comum na produção de alimentos, tem levado ao desaparecimento de muitas delas. Hoje, restam apenas vestígios do que tínhamos um século atrás.
A extinção dessas plantas prejudica os ecossistemas. Reduz a polinização cruzada, limitando a evolução de novas espécies mais resistentes. A toranja é um exemplo de sucesso desta prática.
Quando as plantas frutíferas somem, os animais que dependem delas ficam vulneráveis. A extinção da lapa de erva-da-guia, em 1930, é um exemplo claro disso. Sua perda resultou do dano em seu habitat causado por doenças.
Algumas plantas se extinguiram devido às mudanças climáticas. Outras foram vítimas do desmatamento, ou simplesmente abandonadas por não serem tão produtivas quanto as variedades comerciais. Independentemente do motivo, a perda é significativa para o ecossistema terrestre, marcando uma tendência preocupante.
Conheça sete frutas extintas que temos registros
Pera Ansault
A pera Ansault era famosa devido ao seu sabor amanteigado e o delicado aroma que possuía. Ela foi cultivada em Angers, na França, em 1863, e era tão deliciosa que o livro The Pears of New York a descreveu como uma “fruta da mais alta qualidade”.
Elas foram extintas porque seu cultivo era complicado. As árvores eram irregulares, e nem sempre produziam peras comestíveis. Quando a produção agrícola se industrializou, a pera Ansault se tornou ineficaz em termos de renda para os produtores.
Essa pera é uma das frutas extintas, desaparecendo no início do século XX.
Maçã taliaferro
As maçãs taliaferro foram cultivadas por Thomas Jefferson em sua propriedade de Monticello de 5.000 acres, na Virgínia. Há relatos de que ele afirmou que produziam ali “sem dúvidas a melhor cidra que já conhecemos”.
Essa maçã não alcançou níveis comerciais, tampouco se distanciou dos seus pomares originais. Especialistas em frutas acreditam que ela morreu no pomar da propriedade.
Banana de Madagascar
Essa banana selvagem ainda não está dentre as frutas extintas, mas corre grave risco de extinção. A banana de Madagascar tem relação com a banana Cavendish, comum na Europa e nos Estados Unidos.
O desmatamento e as mudanças climáticas são as razões pelas quais essa banana está virtualmente extinta. Ela não alcançou um nível comercial, e seu habitat corre risco. Os especialistas acreditam que é apenas questão de tempo até que ela desapareça para sempre.
Ameixa Murray
Ameixa Murray, Prunus murrayana, foi uma ameixa selvagem encontrada apenas em regiões do estado do Texas, nos EUA. Foi descoberta em 1928, mas ninguém a viu desde então. É listada como em grave risco de extinção, mas considerada extinta porque pesquisas recentes não encontraram nenhuma.
Ela era um arbusto espinhoso, com folhas peludas. As flores brancas amadureciam em ameixas vermelhas com pontos brancos.
Tamareira da Judeia
A tamareira da judeia era uma alimento comum, que crescia em torno do Mar Morto, no Mar da Galileia e no Vale de Hula, em Israel. Frutas de tamareiras ainda são comidas hoje, mas acredita-se que a tamareira da Judeia foi extinta devido às mudanças climáticas.
As áreas onde ela crescia se tornaram secas com o tempo, e como as tamareiras precisam de muita água, ficou difícil cultivá-las.
Em 2005, botânicos conseguiram germinar uma semente de 2000 anos de uma tamareira da Judeia. Foi a semente mais velha a germinar com a ajuda humana. Os cientistas então sequenciaram seus genomas e compararam com as variedades modernas, em busca de compreender como as tamareiras evoluíram.
Manga Kalimantan
A manga Kalimantan (Mangifera casturi) foi uma espécie de manga endêmica à região de Kalimantan, Borneo. Ela era uma dentre 31 tipos, e mascote da província de Kalimantan do Sul.
Está listada como uma das frutas extintas desde 1998. A árvore da manga podia alcançar 25 metros de altura, e tinha uma folhagem roxa quando jovem. As frutas da manga eram menores do que as que vemos hoje em supermercados, com 80 gramas, uma pele fina e salpicada e mais fibra.
Acredita-se que ela foi extinta devido ao desmatamento.
Goiaba jamaicana
Goiabas jamaicanas ainda existem hoje, mas há uma espécie dentre elas que foi extinta. Ela se chamava Psidium dumetorum, ou apenas de Psidium jamaicana, sendo endêmica à Jamaica. A última planta selvagem foi registrada em 1976, e nenhuma foi encontrada desde então.