O Livro dos Mortos é um conjunto de antigas escrituras egípcias que acompanhavam os mortos escritas nas tumbas, caixões e bandagens. Assim, esses escritos estão presentes em diversos artefatos egípcios que, consequentemente se espalharam ao redor do mundo. Todavia, arqueólogos acabam de juntar dois pedaços dessas escrituras separados por milhares de quilômetros.
Acontece que pesquisadores recentemente digitalizaram um pedaço do Livro dos Mortos, escrito em linho, no Teece Museum of Classical Antiquities, na Nova Zelândia. Após análises com outros bancos de imagens, pesquisadores concluíram que o pedaço neozelandês completa um segundo fragmento presente no Instituto Getty, nos EUA.
“Há uma pequena lacuna entre os dois fragmentos; todavia, a cena faz sentido, o encantamento faz sentido e o texto o torna preciso.” “É simplesmente incrível ligar dois fragmentos remotamente.”, declara Alison Griffith, professora da Universidade de Canterbury, instituição associada ao Teece Museum of Classical Antiquities.
De acordo com pesquisadores, ainda, as escrituras pertenceram a um homem chamado Petosiris, que viveu no Egito em torno de 300 A.C.
Como fragmentos do Livro dos Mortos acabaram separados por tamanha distância
Com a expansão europeia na África e Oriente Médio dos últimos 5 séculos, muitas relíquias acabaram se perdendo e viajando distâncias gigantescas de suas origens.
“É um destino infeliz para Petrosiris, que tomou tanto cuidado e riqueza para seu enterro,” afirma Foy Scalf, diretor da pesquisa de arquivos do Instituto Oriental da Universidade de Chicago. “E, claro, isso levanta todos os tipos de questões éticas sobre as origens dessas coleções e nossas práticas de coleta contínua.”
O fragmento do Livro dos Mortos provavelmente pertenceu a Charles Augustus Murray, que foi um general britânico atuante no Egito na metade do século XIX. A partir daí, a peça chegou às mãos de Sir Thomas Phillips e acabou comprada pela universidade em 1972.
De acordo com os especialistas, o fragmento fora parte das bandagens de linho que envolveram o corpo de Petrosiris após sua morte. Além do mais, todas as escrituras foram feitas com extremo cuidado e dedicação, já que a escrita nesse tipo de material é bastante complicada.
Assim, pesquisadores ainda estão tentando traduzir todos os símbolos e escrituras presentes nas bandagens. Portanto, a junção dos dois pedaços deve facilitar bastante este processo. Nesse sentido, o curador do Teece Museum of Classical Antiquities, Terri Elder, afirma: “A história, assim como a mortalha, está sendo lentamente montada.”
Com informações de LiveScience.