Físicos suspeitam que o multiverso provavelmente existe

Não há comprovação alguma de que o multiverso seja real. A ideia é completamente fora de nosso senso comum. Basicamente, a ideia do multiverso é a de que diversos universos diferentes existem simultaneamente — os universos paralelos. Se o multiverso é real, não sabemos, mas podemos imaginar que seja.

Conceito completamente explorado na ficção científica, o multiverso possui alguns defensores dentro da ciência, e há aqueles físicos que estejam em busca de evidências para a ideia, que ainda é completamente hipotética. Ainda não passa de uma extrapolação matemática e, de certa forma, filosófica da física.

Embora seja uma ideia ainda sem evidências de peso, muitos físicos acreditam que o multiverso é real.

Universo em expansão e o Big Bang

Em 1929, o físico norte-americano Edwin Hubble descobriu uma das coisas mais chave e importantes da cosmologia: o universo está em expansão. O físico utilizou o maior telescópio que existia na época e notou que quanto mais distante uma galáxia, mais rápido ela parece recuar. Isso é uma implicação do que foi calculado mais tarde: a expansão do universo.

A todo momento, todos os pontos no universo estão se expandindo: é como uma bexiga quando a enchemos. Dessa forma, os objetos no universo se distanciam, e parece que eles estão se movimentando; se afastando, para ser mais exato.

É fácil notar esse “afastamento” das galáxias: pelo efeito Doppler, quando algum objeto está se afastando, ocorre um desvio para comprimentos mais longos de onda, ou avermelhados.

Os cálculos sobre a expansão do universo deram origem à constante de Hubble – a taxa de expansão do universo. Com essa taxa, hoje, sabemos a idade do universo: cerca de 13,5 bilhões de anos.

Se o universo está se expandindo, em algum momento ele pode ter sido tão pequeno quanto uma partícula subatômica. O início do universo, então, foi descoberto: o Big Bang. O universo foi, em algum momento, um ponto de densidade infinita onde a energia e a matéria eram uma coisa só. Com a expansão do universo, ele foi tomando forma até chegar no que conhecemos hoje.

Universos paralelos – o multiverso é real?

A primeira abordagem de um multiverso é mais simples: o universo pode ser grande a ponto de que o universo observável seja apenas uma fração do tamanho que o universo realmente tenha. Nesse caso, podemos pensar que as regiões do espaço inacessíveis às novas observações são outros universos, e aí temos um conceito de multiverso. Para esse caso, é bem provável a ideia de que o multiverso é real.

Outra abordagem é a de continuums diferentes. Muitos físicos argumentam que a física quântica é uma pista para isso. Partículas em superposição podem estar em diferentes estados possíveis ao mesmo tempo. Mas ao observar a partícula, você quebra o estado de superposição e ela assume um estado. Dessa forma, podemos estar observando apenas uma das realidades que estão acontecendo, e não que as outras realidades deixaram de ocorrer.

Pode ser que fora do universo observável, na uma malha de bolhas exista, onde cada bolha teve ou tem seu Big Bang e suas regras.

A Teoria das cordas, que é uma tentativa de unificar a Relatividade Geral com a Mecânica Quântica, prevê uma série de universos paralelos. A teoria das cordas implica em uma coisa: se o nosso universo possui suas regras e propriedades, o que gerou isso? A única explicação é o acaso. Nosso universo possui as propriedades e regras que possui porque elas surgiram aleatoriamente, e outros universos possuem suas propriedades e regras distintas.

Inobservável

Mas há uma coisa chata. Se o multiverso é real, podemos nunca descobrir. Não conseguimos observá-lo diretamente, então, podemos nunca ter evidências do multiverso. Por não ser testável, muitos argumentam que a hipótese de multiversos não pode ser chamada de científica.

Entretanto, as visões mais otimistas dizem que a existência de um multiverso pode gerar alguns padrões, alguns efeitos colaterais que podem nos trazer evidências indiretas da existência de um multiverso.

Se saberemos ou não, só o futuro dirá.