Exploradores encontram o navio Akagi, perdido na Segunda Guerra Mundial

Damares Alves
Imagem: Ocean Exploration Trust/NOAA

Exploradores a bordo do E/V Nautilus realizaram o primeiro mergulho visual em águas profundas no Akagi, um navio da Marinha Imperial Japonesa da Segunda Guerra Mundial. Essa embarcação permaneceu invisível, a 5,5 quilômetros abaixo da superfície do oceano, até que a equipe de expedição liderada por japoneses e americanos realizou o primeiro levantamento visual dos destroços após 81 longos anos.

Em sua época, o Akagi era um símbolo do poder naval japonês. O bombardeio e o eventual afundamento desse porta-aviões pelas forças dos EUA tiveram um papel crucial na mudança do curso da Batalha de Midway, perto das ilhas havaianas.

Uma equipe de exploração de águas profundas no R/V Petrel usou um veículo subaquático autônomo (AUV) equipado com sonar para seu mergulho. Eles conseguiram capturar imagens de sonar do Akagi, confirmando seu local de repouso nas profundezas do Monumento Nacional Marinho Papahānaumokuākea (PMNM), a aproximadamente 2.092 quilômetros a noroeste de Pearl Harbor.

Imagem de sonar do navio.
Imagem de sonar do navio.

Avançando para 2023, os pesquisadores do Nautilus lançaram veículos operados remotamente (ROVs) no fundo do mar. Essa missão marcou a primeira vez que olhos humanos viram os destroços em tempo real desde seu naufrágio em 1942. A equipe, composta por arqueólogos do Japão e dos EUA, documentou com sucesso o importante naufrágio e avaliou sua condição em setembro de 2023.

James Delgado, um arqueólogo associado à expedição, expressou sua reverência pelo importante local e pelas vidas perdidas durante a batalha. Ele pediu um momento de silêncio em nome daqueles que serviram e sacrificaram suas vidas.

Devido à sua localização remota e profundidade extraordinária, o levantamento do Akagi foi um desafio. O navio está em um dos cemitérios mais isolados e profundos do mundo, caracterizado por águas escuras, frias e de alta pressão.

Apesar desses desafios, as câmeras do ROV capturaram os danos de batalha no convés do porta-aviões. Delgado expressou sua surpresa ao ver elementos identificáveis que os conectavam àquele momento e ponto da batalha.

O Akagi foi um dos quatro porta-aviões japoneses que afundaram durante a Batalha de Midway, um confronto de quatro dias que começou em 4 de junho de 1942. Essa batalha marcou uma mudança no poder militar entre o Japão e os EUA, com a perda de quase 3.400 marinheiros e aviadores.

Delgado se referiu à Batalha de Midway como uma das “dez batalhas navais mais importantes da história da humanidade”. Ela mudou “o equilíbrio da Guerra do Pacífico e, com isso, o futuro do Pacífico”.

O Ocean Exploration Trust observou que essa batalha custou quase 3.400 vidas e resultou em grandes perdas para as forças americanas e japonesas. Cinco grandes porta-aviões foram destruídos, além de duas outras unidades de superfície e mais de 390 aeronaves.

Hoje, o campo de batalha naval está protegido dentro do PMNM, um Patrimônio Mundial da UNESCO e uma das maiores áreas marinhas protegidas do planeta. Ele serve como um lembrete de um período significativo da história mundial e um tributo àqueles que deram suas vidas durante a Batalha de Midway.

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