EUA fazem história com primeiro pouso na Lua após 50 anos

Leandro da Silva Monteiro
Foto tirada pela nave Odysseus. Fonte: Intuitive Machines

No dia 20 de julho de 1969, Neil Armstrong se tornou o primeiro homem a pisar na Lua. Nos anos seguintes mais 11 pessoas repetiram seu feito até que em 1972 foi encerrado o Programa Apollo. A humanidade não deixou de visitar a Lua, enviando sondas ao invés de humanos. O Estados Unidos, por outro lado, se manteve fora do solo lunar e esteve apenas orbitando. Agora, em 2024, depois de 50 anos os americanos estão de volta à Lua.

Alguns anos atrás a NASA começou a avaliar uma nova missão para pousar na Lua, o programa Artemis. A agência americana decidiu que a partir de 2020 enviaria alguns equipamentos ao satélite e para isso contratou três empresas. Uma delas foi a Intuitive Machines, fundada em 2013, que foi a responsável por conseguir pousar a nave Odysseus esse ano. Esse é um marco tanto para o setor privado de exploração espacial bem como para o governo americano que está de volta à Lua depois de meio século.

Tensão marca missão de volta à Lua

Tal como foi a missão da Apollo 11 em 1969, a missão da Odysseus também teve sua dose de tensão. O pouso foi concluído após uma desaceleração na velocidade de 1,8 quilômetros por segundo num abismo de 400 mil quilômetros de extensão. Os números podem não parecer preocupantes, mas a missão exigia uma precisão altíssima. O grande susto veio quando a sonda estava desacelerando e de repente as comunicações foram cortadas, deixando a sonda completamente autônoma.

Se passaram quinze minutos até que a equipe por trás da missão finalmente conseguiu obter um retorno. Uma vez que a descida até o satélite se inicia, não existe muito que a equipe remota possa fazer a não ser torcer que nenhum erro fatal ocorra nesse processo. O pouso foi confirmado às exatas 17 horas e 38 minutos com a Odysseus chegando a cratera de Malapart A que fica a cerca de 300 quilômetros do polo sul lunar.

O “herói do dia” foi um sistema experimental de orientação da NASA que foi incluído na missão para guiar a nave. O sistema a laser da Odysseus apresentou mau-funcionamento durante a entrada na Lua, mas graças ao LIDAR – Light Detection and Ranging – da NASA a nave consegue chegar à superfície lunar sem maiores problemas.

Os próximos passos da NASA

Missão de Odysseus, primeira missão americana de volta à Lua
Fonte: Intuitive Machines

Este se mostrou um bom investimento para a NASA que desde a década de 70 depois do programa Apollo se manteve fora da Lua. No cenário atual, a exploração espacial tem ficado por conta do setor privado com empresas como a Space X, Blue Origin e a própria Intuitive Machines tomando a dianteira.

Para a Intuitive Machines essa foi uma conquista e tanto, ainda mais esta sendo a primeira missão da empresa. Espera-se que esse seja também o primeiro de muitos pousos bem-sucedidos de novas missões que se darão no futuro próximo. A NASA fez vários investimentos em diferentes empresas. Só na Odysseus ela tem um retrorefletor de laser para refletir a luz enviada da Terra, um receptor de rádio de baixa frequência que será usado para medir partículas carregadas na superfície da Lua e um inovador instrumento no tanque de propelente que tem um novo método para acompanharem os níveis de combustível da nave.

Pelas próximas duas semanas, um rover levado pela Odysseus irá percorrer o solo lunar para fazer uma série de experimentos que visam ajudar a NASA nos seus planos de levar uma nova nave tripulada para o satélite nos anos seguintes. Há várias missões agendadas para 2024, porém ainda não sabemos o quão perto estamos de ver a humanidade novamente dando seus passos na Lua. De qualquer forma, agora isso está mais próximos do que tivemos nessas últimas décadas.

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