Índia faz pouso histórico na Lua. O que isso significa?

Francisco Alves
Imagem: ISRO

A Índia eternizou seu nome nos anais da história espacial. A sonda Chandrayaan-3 do país pousou no polo sul da Lua, um feito inédito para qualquer nação. Esse sucesso ocorre após o lamentável acidente da missão russa Luna-25, também destinada à mesma região.

O Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi, elogiou os cientistas da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) por meio de uma videoconferência. Ele ressaltou a importância dessa missão, inspirando todos os países, especialmente aqueles do sul global, a almejarem a exploração lunar.

A sonda Chandrayaan-3 tem como objetivo realizar diversos experimentos, incluindo uma análise espectrométrica da superfície lunar. A missão busca obter dados valiosos sobre o solo e as rochas lunares e espera confirmar a presença de gelo de água.

Mylswamy Annadurai, que dirigiu a missão lunar inaugural da Índia, a Chandrayaan-1, expressou otimismo sobre as oportunidades decorrentes desse pouso bem-sucedido. Scott Hubbard, da Universidade de Stanford, ecoou esse sentimento, elogiando essa proeza científica e tecnológica.

A ISRO iniciou a viagem em 14 de julho. O veículo de lançamento LVM-3 impulsionou a Chandrayaan-3 em uma jornada de 384.000 km a partir do Centro Espacial Satish Dhawan, na costa sudeste da Índia. Após orbitar a Terra para ganhar velocidade, a espaçonave seguiu uma trajetória lunar de um mês, aproximando-se da Lua por meio de manobras sucessivas de redução de órbita.

LVM-3
Veículo de lançamento LVM-3. Imagem: ISRO

A ciência por trás da missão

A Chandrayaan-3 é composta por um módulo de pouso (LM), um módulo de propulsão (PM) e um rover construídos pela Índia. Seu objetivo é pioneirar novas tecnologias para missões interplanetárias. O pousador Vikram carrega vários instrumentos para estudar a superfície e o ambiente lunar. O rover Pragyan, recém-liberado na superfície, realizará uma análise química da superfície lunar enquanto navega próximo ao polo sul da Lua.

Após a tentativa fracassada da Chandrayaan-2 em 2019, o foco estava em obter um pouso bem-sucedido com a Chandrayaan-3. Isso exigiu extensas simulações, melhorias de hardware e alterações de software. A construção dos dois instrumentos transportados pelo Pragyan também apresentou desafios significativos.

Especialistas de diversas áreas aclamaram essa missão como um marco significativo para a Índia. Eles destacaram a demonstração de habilidade tecnológica, as implicações estratégicas e os potenciais benefícios comerciais.

Esse pouso bem-sucedido consolida a posição da Índia como um importante player na exploração espacial, juntando-se a um grupo exclusivo de nações espaciais avançadas.

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