Estátua de cachorro de 2 mil anos foi encontrada em Roma

Letícia Silva Jordão
Imagem: Ministério da Cultura da Itália

Durante uma escavação em um antigo cemitério sob a Via Latina, uma das ruas mais antigas de Roma, arqueólogos encontraram uma estátua de cachorro bem preservada, feita de terracota. Junto com o artefato, também foram descobertas três tumbas, uma urna funerária intacta e os restos mortais de um jovem.

Daniela Porro, chefe da Superintendência Especial de Arqueologia, Belas Artes e Paisagem de Roma, disse em um comunicado que esses vestígios ajudam a mostrar mais sobre o passado de Roma e todo o seu tecido urbano.

Estátua de cachorro como acessório decorativo

Antigamente era comum a utilização de estátuas de terracota no sistema de drenagem de telhados inclinados de Roma, onde elas possuíam buracos cinzelados que permitiam a passagem da água.

De acordo com o Smithsonian, a estátua de cachorro encontrada foi feita com um tipo de argila semelhante à dessas estátuas que eram encontradas em calhas e canos centenários da região. Porém, o artefato encontrado não possuía buracos para passagem da água, o que indica que ele foi criado para ser um acessório decorativo ou um presente.

O destaque que a estátua teve ao ser encontrada foi por conta de estar bem preservada. A obra, que tem o tamanho da palma da mão, mostra um cão com orelhas pontudas utilizando uma coleira com um emblema e segurando um pequeno objeto entre as patas.

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Imagem: Italian Ministry of Culture

Os pesquisadores ainda não sabem de qual raça é o cão retratado na estátua. O porta-voz da Sociedade Real para Prevenção da Crueldade com os Animais diz que “pode ser representativo de uma raça grande ou pequena de brinquedo”.

Ele diz ainda que as raças dos cães mudaram muito nos últimos dois milênios, e acrescenta que “durante o período romano, havia uma criação seletiva de cães por qualidade desejáveis e para funções específicas, como caça, guarda e companheirismo”.

Outros artefatos foram descobertos nas profundezas da construção

A Via Latina se entende por cerca de 124 quilômetros a sudeste de Roma até a cidade de Cápua. Ela começou a ser uma via pública no que mais tarde se tornou a Porta Latina, um portão que fazia parte das muralhas defensivas romanas construídas pelo imperador Marco Aurélio entre 271 e 275 EC.

O local onde os artefatos foram encontrados foi comprometido por obras subterrâneas que foram concluídas antes de Roma implementar as leis que protegiam o seu patrimônio antigo. Os artefatos encontrados nessa escavação foram descobertos por alguns trabalhadores da construção, que após cavarem cerca de um metro e meio abaixo do nível da rua ,encontraram os itens e chamaram as autoridades.

Os arqueólogos começaram a investigar o local, e encontraram três tumbas construídas em uma base de concreto. Uma delas era feita de cinza vulcânica endurecida enquanto a outra apresentava um desenho em forma de rede em suas paredes. A terceira tumba mostrava evidências de danos causados pelo fogo ao longo de sua base. No local onde a estátua de cachorro foi encontrada, também havia os restos mortais de um jovem enterrado diretamente na terra. Próximo dele havia também uma urna com fragmentos de ossos.

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