As aranhas pertencem ao filo dos artrópodes e, portanto, são alguns dos animais mais diversos do mundo. O gênero Poltys engloba diversas aranhas nativas da Ásia, Oriente Médio e África. Algumas dessas aranhas, contudo, se fingem de folha e desaparecem diante dos olhos em uma camuflagem incrível.
Alguns animais como a lagarta da mariposa Hemeroplanes ornatus, têm camuflagens inacreditáveis. Essa lagarta, como já relatamos aqui na SoCientífica, assume a aparência de uma cobra para evitar a aproximação de pássaros.
As aranhas do gênero Poltys, todavia, preferem um visual menos agressivo. Para evitar vespas e pássaros, por conseguinte, as aranhas podem assumir os mais variados disfarces, a depender da espécie. Algumas delas se fingem de folha, algumas de galhos, algumas de brotos e musgos. É só escolher.
A maioria das 43 espécies do gênero têm colorações variando entre o marrom e o verde. Ademais, esses aracnídeos têm abdomes alongados e com texturas que simulam àquelas de folhas e galhos.
A P. illepidus, por exemplo, tem uma coloração marrom-escuro e se enrola sobre si mesma para parecer o nó de um galho. Já a P. mouhoti tem pernas vermelhas e uma faixa verde nas costas. Quando ela dobra suas pernas sobre si, como um guarda-chuva fechado, a aranha parece uma folha seca e avermelhada de outono.
Estas aranhas não se fingem de folha para caçar
Muitas aranhas, como as de alçapão, se escondem para pegar presas com mais facilidade. No entanto, esse não é o caso do gênero Poltys. Para essas aranhas, o objetivo principal é evitar predadores incômodos.
Vespas, que são os maiores predadores destas aranhas, ademais, dependem majoritariamente da visão e da sinalização química para encontrar as aranhas. Pássaros, dependem quase completamente da visão. Assim, a camuflagem fornece uma vantagem considerável quando há um predador por perto.
Ao contrário também das aranhas de alçapão, este outro grupo depende de teias para caçar. Durante o dia, as mestres da camuflagem ficam imóveis, evitando qualquer movimento desnecessário que denuncie sua posição.
Quando o sol começa a se pôr, e a maioria dos predadores do gênero já se recolheram, essa pequena aranha sai para a caça. Lentamente, uma pequena folha seca vira um animal ágil de oito patas que começa a tecer uma teia bidimensional e orbital.
Durante a noite inteira estas aranhas caçam mariposas e outros insetos em suas teias. Quando o dia chega, contudo, elas consomem toda a teia e assumem novamente a forma camuflada. Esse ciclo se repete, aliás, durante toda a vida da aranha e elas podem permanecer em um mesmo lugar por mais de 200 dias antes de explorarem outras regiões.
