Permafrost

Adriana Tinoco

Permafrost é qualquer terreno que permaneça completamente congelado (a – 0 ° C ou mais frio) por pelo menos dois anos seguidos. Esse terreno permanentemente congelado é mais comum em regiões com montanhas altas e, claro, nas latitudes mais altas da Terra, próximas aos polos norte e sul. Isso porque o clima que mais favorece o permafrost é caracterizado por invernos longos e frios, com pouca neve, e verões curtos — relativamente secos e frescos. Portanto, ele é mais presente no Ártico, no subártico e na Antártica. Estima-se que esteja subjacente a 20% da superfície terrestre do mundo.

O solo congelado está espalhado na parte norte do Hemisfério Norte, onde ocorre em 85% do Alasca, 55% da Rússia e Canadá e, provavelmente, em toda a Antártica. O permafrost é mais difundido e se estende a profundidades maiores no norte do que no sul. Tem 1.500 metros de espessura no norte da Sibéria, 740 metros de espessura no norte do Alasca e diminui progressivamente em direção ao sul.

Do que é feito o Permafrost?

O permafrost é composto por uma combinação de solo, rochas e areia que são mantidas juntas pelo gelo. O solo e o gelo nele permanecem congelados o ano todo.

Perto da superfície, os solos permafrost também contêm grandes quantidades de carbono orgânico, material que restou de plantas mortas que não podiam se decompor ou apodrecer devido ao frio. As camadas inferiores de permafrost contêm solos feitos principalmente de minerais.

A camada de solo sobre o permafrost não fica congelada o ano todo. Essa camada, chamada camada ativa, derrete durante os meses quentes do verão e congela novamente no outono. Nas regiões mais frias, o solo raramente derrete, até mesmo no verão. Além disso, a camada ativa é muito fina, cerca de 10 a 15 centímetros. Já nas regiões mais quentes, a camada ativa pode ter vários metros de espessura.

permafrost camadas

Tipos de solo congelado

O permafrost pode se apresentar de formas diferentes, sendo classificado de acordo com a oscilação das camadas de gelo:

  • Primeiramente, temos o permafrost isolado: nesse tipo, a quantidade de terra e rocha é maior que a de gelo, que aparece de maneira isolada em pequenos espaços. 
  • Já no caso do permafrost contínuo, a quantidade de gelo é muito maior que a de terra e rochas, formando camadas contínuas de gelo.
  • O permafrost descontínuo tem uma quantidade de gelo proporcional a de terra e rochas, sofrendo alguns rompimentos em suas camadas, acarretando na formação de blocos de gelos não contínuos.
  • Por fim, o permafrost esporádico tem a quantidade de gelo um pouco menor que a de terra e rochas, formando pequenas placas desconexas entre si.

Quais os efeitos das mudanças climáticas?

O fenômeno do aquecimento global preocupa os especialistas que estudam e monitoram o solo permafrost, pois, à medida que o clima da Terra se aquece, ele está descongelando, deixando para trás a água e o solo. Seu degelo pode ter impactos graves. Por exemplo, há cidades construídas sobre ele. Com o descongelamento, casas, estradas e outras estruturas podem ser destruídas. 

Especialmente nas montanhas, o permafrost é responsável pela estabilizar as encostas. Quando ocorre o descongelamento, o terreno fica mais predisposto à erosão, podendo provocar deslizamentos e avalanches. Além disso, também pode aumentar a probabilidade de inundações e rompimento de lagos de origem glacial.

Fora isso, quando o permafrost está congelado, o material vegetal do solo, chamado carbono orgânico, não pode se decompor ou apodrecer. À medida que o gelo derrete, os micróbios começam a decompor esse material. Esse processo libera gases de efeito estufa como dióxido de carbono e metano na atmosfera.

O mesmo ocorre com bactérias e vírus antigos que estão no gelo, no solo ou no corpo de animais. Quando o permafrost derrete, esses micro-organismos recém descongelados ainda podem provocar doenças em pessoas e animais. Os cientistas já descobriram, por exemplo, micróbios com mais de 400.000 anos de idade no permafrost descongelado, estes micro-organismos voltaram a vida no laboratório.

Devido a esses perigos, os cientistas estão monitorando de perto o permafrost da Terra. Os pesquisadores utilizam satélites para observar grandes regiões de que seriam difíceis de estudar a partir do solo.

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