Reciclagem

Mateus Marchetto
Imagem: Pixabay

Reciclagem é o processo de transformar resíduos em materiais para serem utilizados novamente. Exemplos de resíduos que podem ser reciclados incluem metais (como alumínio e aço), vidro, papel e plástico. Com a implementação adequada, a reciclagem tem a capacidade de reduzir o uso de recursos naturais e, portanto, reduzir a degradação do meio ambiente.

Necessidade da reciclagem

Toda pessoa produz resíduos. Alguns deles são biológicos e vêm dos nossos processo metabólicos. Outros (a maioria) são resultado dos produtos e serviços que consumimos. Multiplique estes resíduos corriqueiros e diários, como o papel de um biscoito ou o plástico da sacolinha, por 7,9 bilhões de pessoas. É aí que entra a necessidade urgente pela reciclagem.

Reciclar materiais não é uma tecnologia nova. Reciclagem é basicamente encontrar um novo uso para um material ou produto que já serviu ao seu primeiro propósito. Esse tipo de reutilização economiza recursos e, claro, dinheiro, e por isso mesmo começou a crescer depois da Revolução Industrial.

Com a população mundial crescendo e o preço de produção de muitos produtos caindo, o lixo começou a se acumular. Desde esse momento, políticas públicas e privadas levaram à reciclagem de materiais como o alumínio ou o papel.

Reciclagem no Brasil

Apesar da reciclagem economizar dinheiro e poupar o meio ambiente, você deve achar que ela é uma prioridade altíssima em países em desenvolvimento como o Brasil, certo? Mais ou menos.

Em torno de 30% das 80 milhões de toneladas (sim, milhões de toneladas) de lixo produzidas no Brasil anualmente têm a capacidade para a reciclagem. Contudo, apenas o vergonhoso número de 3% deste lixo de fato é reutilizado.

Lixos para reciclagem
Imagem: Pixabay

Dos materiais empregados na indústria, são 4 as principais classes de materiais recicláveis: plástico, papel, vidro e alumínio.

O Brasil tem o maior índice de reciclagem de alumínio do mundo, atingindo 97,9% do material no ano de 2016. Contudo, frequentemente grandes corporações recebem este crédito por um trabalho que é feito por trabalhadores informais e em condições precárias, como catadores de latinha. O papel vem em seguida na lista dos mais reciclados, com pouco mais de 60%.

Já o plástico e o vidro são altamente problemáticos por motivos econômicos. De forma simplificada, é mais barato fazer mais plástico ou vidro do que reciclar estes materiais que já estão por aí. Não é a toa que existe uma ilha de plástico circulando pelo Pacífico, diga-se de passagem.

Ainda, pouco mais de 20% da população do Brasil tem acesso a sistemas de coleta seletiva, responsáveis pela separação e direcionamento do lixo. Por esse motivo, milhões e milhões de toneladas de resíduos recebem a destinação incorreta e acabam em aterros sanitários, onde permanecerão por centenas de milhares de anos.

Como reciclar de maneira efetiva

A maioria das cidades do mundo tem um local reservado para o uso de aterros sanitários, onde os resíduos produzidos dentro da cidade são despejados. Esses resíduos se tornam um risco ambiental com o passar do tempo, emitindo gases de efeito estufa e permitindo que suas toxinas penetrem no solo e no lençol freático.

Lixos que não foram para reciclagem
Imagem: vkingxl / Pixabay

7% dos resíduos que indivíduos comuns jogam fora diariamente poderiam ser reciclados e transformados em objetos como bancos de jardim, mesas de piquenique ou bancos. A reciclagem é possível para o público em geral de três maneiras, dependendo de onde o indivíduo vive. Estes métodos são a coleta seletiva, centros de recompra e centros de entrega.

  • Coleta seletiva: o lixo é separado pelo indivíduo em sua casa antes de ser recolhido. Costuma ser ideal para separar todos os diferentes tipos de reciclagem antes de ser recolhido pela coleta de lixo. Entretanto, o aumento da tecnologia de triagem significa que este não é mais o caso na maioria dos países. No Brasil, são raros os municípios que possuem esse tipo de trabalho.
  • Centros de recompra: são o local onde são comprados materiais reciclados limpos, o que serve de incentivo para a população em geral reciclar. Estes centros geralmente têm que ser financiados através de subsídios governamentais, pois não são tão lucrativos.
  • Centros de entrega: para que aqueles que desejam reciclar possam levar seus próprios materiais aos centros a fim de que sejam processados.

A fabricação de artigos utilizando matéria-prima é, na verdade, mais cara do que a utilização de materiais reciclados. Outra linha de pensamento é a redução do custo de energia, que também tem um impacto econômico inegável. A fabricação de metais a partir de minérios naturais consome quantidades colossais de eletricidade, e isto é mais evidente no alumínio cuja produção bruta consome 90% mais energia do que o alumínio reciclado.

A indústria de reciclagem se tornou uma importante fonte de renda para muitos empresários que, por sua vez, se tornam criadores de empregos e acabam injetando bilhões na economia mundial. Alguns países enfrentam uma extrema escassez de recursos naturais e, portanto, dependem da reciclagem de resíduos locais e importados para a produção de commodities como o papel — países como Japão, China e Coréia do Sul são bons exemplos. Em 2014, a UE tinha cerca de 50% da participação mundial das indústrias de resíduos e reciclagem, com mais de 6.000 empresas empregando 500 mil pessoas e um volume de lucro de 24 bilhões de euros.

10 países que mais reciclam

ClassificaçãoPaísResíduos Recicláveis ​​Reciclados
1Coreia do Sul49%
2Cingapura47%
3Hong Kong45%
4Noruega34%
5Suécia34%
6Suíça34%
7Irlanda34%
8Ilhas Marshall31%
9Bélgica31%
10Austrália30%
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