Guerra Fria

Elisson Amboni
Presidente John Kennedy em discurso no Congresso americano.

Depois da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos, a União Soviética e seus respectivos aliados iniciaram uma luta pela supremacia que ficou conhecida por Guerra Fria. Contudo, diferente de outras guerras, as superpotências se antagonizaram por meio de manobras políticas, espionagem, propaganda, coalizões militares, acúmulo de armas, ajuda econômica para fortalecer e conquistar aliados, assim como guerras por procuração em outras nações. 

De aliados a adversários

União Soviética e os Estados Unidos eram aliados contra a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Contudo, a aliança desmoronou quando a guerra na Europa terminou em maio de 1945. 

Durante a Conferência de Potsdam, as tensões foram bastante aparentes, onde os aliados vitoriosos negociaram a ocupação da Alemanha. Nesse momento, a União Soviética queria ter uma zona tampão entre suas fronteiras e a Europa Ocidental. Por isso, ela estabeleceu regimes pró-comunistas na Polônia, Hungria, Bulgária, Tchecoslováquia, Romênia, Albânia, e eventualmente na Alemanha Oriental. Em vista disso, os Estados Unidos começaram uma política de contenção para evitar a propagação soviética em nações da Europa Ocidental, como França, Itália e Grécia.

Na década de 1940, os Estados Unidos passaram a se envolver diretamente em assuntos europeus, estabelecendo a Doutrina Truman (1947), que prometia ajudar governos ameaçados pela subversão comunista. Além disso, o Plano Marshall (1947) forneceu bilhões de dólares em assistência econômica para eliminar quaisquer instabilidades políticas que poderiam abrir caminho para aquisições comunistas em governos democraticamente eleitos.

França, Inglaterra e Estados Unidos administraram setores da cidade de Berlim, no interior da Alemanha Oriental comunista. Mesmo com os soviéticos cortando todo o tráfego rodoviário e ferroviário para a cidade em 1948, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha forneceram transporte aéreo que ajudou a cidade sitiada por 231 dias até que o bloqueio fosse levantado.

Já em 1949, os Estados Unidos e os países europeus aderiram à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que foi uma aliança mútua de segurança militar.

Criar a OTAN também estimulou uma aliança soviética com os governos comunistas da Europa Oriental, sendo formalizada em 1955 pelo Pacto de Varsóvia.

A expansão da Guerra Fria

A linha entre Oriente e o Ocidente permaneceu da mesma forma durante as décadas seguintes. O conflito se espalhou para a Ásia, África e América Latina, com a luta para derrubar regimes coloniais se misturando.

Em 1960, a retórica da Guerra Fria dominou a campanha presidencial com o senador John F. Kennedy e o vice-presidente Richard M. Nixon prometendo fortalecer as forças militares americanas e uma postura dura contra a União Soviética e o comunismo internacional. 

O discurso de Kennedy inaugurou a disputa entre o chamado “mundo livre” e o “mundo comunista”. Ele alegou ao povo americano que  “pagaria qualquer preço, carregaria qualquer fardo, enfrentaria qualquer dificuldade, apoiaria qualquer amigo, se oporia a qualquer inimigo para garantir a sobrevivência e o sucesso da liberdade”.

A partir de então, começou uma corrida armamentista nunca antes vista na humanidade, de modo que muitos temiam que o mundo fosse destruído caso as duas superpotências entrassem em conflito com a chamada destruição mútua assegurada.

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