Como seria o mundo se os humanos fizessem fotossíntese?

Mateus Marchetto
Imagem: Pixabay

As plantas dependem completamente da luz para sobreviver. Pelo processo de fotossíntese, elas conseguem aproveitar a energia da radiação para movimentar seus cloroplastos para sintetizar açucares que serão a fonte de energia principal das plantas. Nesse processo os vegetais consomem luz, água e gás carbônico, e o resultado são carboidratos e oxigênio (que nós usamos também para nossa respiração). Contudo, você já se perguntou como seria a nossa vida se os seres humanos pudessem fazer fotossíntese? Bom, talvez ela fosse um pouco estranha.

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A primeira diferença primordial entre a energia de um humano e de uma planta é que nós consumimos muito mais calorias para nossas funções vitais. Enquanto uma árvore de médio porte precisa de apenas 200 calorias por dia para sobreviver, um humano adulto precisa de, em média, 2000 calorias. A principal parte desse gasto vem de nossos cérebros e músculos. Vale lembrar, aliás, que a respiração dos animais consome oxigênio e libera gás carbônico, ou seja, o inverso do que as plantas fazem. Além do mais, as plantas precisam de grandes superfícies para absorver a luz, e isso é o motivo das folhas achatadas. Estimativas indicam que um humano precisaria de uma superfície da sua pele equivalente a uma quadra de tênis para suprir suas necessidades.

Portanto, além de ter a pele verde pela clorofila – pigmento que permite a absorção da luz solar – nós precisaríamos de muita superfície para absorver a luz. Não obstante, a pele humana não seria uma camada ideal para a fotossíntese. Isso porque as plantas precisam de poros para absorver o gás carbônico do ar, e o mesmo aconteceria com os humanos.

Animais que realmente fazem fotossíntese

Apesar da equação não ser muito viável para os seres humanos, outros animais podem se aproveitar de plantas e algas para fingirem que fazem fotossíntese. O exemplo mais evidente disso são os corais. Esses cnidários fornecem o ambiente perfeito para que algas marinhas penetrem no seu corpo. Assim as algas se alojam no animal e começam a produzir os açúcares da fotossíntese – que o coral consome também. Em troca disso, a alga fica protegida em um ambiente com luz abundante.

Algumas lesmas marinhas, ainda, como a Elysia chlorotica, podem comer algas e fazer com que elas trabalhem para o animal. Esses invertebrados consomem alguns tipos de algas durante o seu primeiro mês de vida. Dessa forma eles adquirem uma cor esverdeada, já que o corpo do animal, em si, é translúcido. Parecido com o que acontece nos corais, as algas passam a produzir açúcares para a lesma. Inclusive, estudos indicam que o animal pode viver o resto da vida – em torno de 10 meses – apenas com os nutrientes das algas.

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Outro exemplo de fotossíntese em animais é o pulgão-da-ervilha. Estudos do Instituto de Agrobiotecnoloia Sophia, na França, mostraram que esses animais possuem carotenoides em suas células. Os insetos usam, então, suas células para coletar energia do sol e realizar um processo bastante parecido com o das plantas. Todavia, esse tipo de troca ainda não seria viável para os humanos. Mais uma vez, isso ocorre por causa da grande quantidade de energia necessária para o corpo.

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