Pesquisadores que exploravam um vulcão no fundo do mar perto da Nova Zelândia encontraram centenas de formas de vida desconhecidas habitando os jatos de ácido escaldante conforme um artigo da Live Science.
Uma equipe de biólogos marinhos, com auxílio de um robô subaquático, sedimentos do Vulcão do Irmão, localizado a cerca 320 quilômetros a nordeste da Nova Zelândia. Dentro das amostras coletadas a equipe identificou 285 tipos diferentes de novos extremófilos, até então desconhecidos.
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Extremófilos, são um grupo de seres vivos que prosperam em condições, no mínimo, incomuns. Condições que matariam a maioria das formas de vida na Terra. Os membros deste grupo incluem tardígrados resistentes à radiação, procariontes que vivem sob alta pressão no fundo da Fossa das Marianas e as bactérias comedoras de ácido que tornam a Grande Primavera Prismática de Yellowstone tão colorida.
Centenas de formas de vida desconhecidas pela ciência
A equipe relatou em um estudo publicado no final de 2020 na revista Proceedings of the National Academy of Sciences a descoberta de 202 novas espécies potenciais de bactérias e 83 espécies de archaea, antigos micróbios unicelulares que tendem a viver em ambientes extremos. Ainda segundo os pesquisadores, algumas das formas de vida se distribuíam em várias partes do Vulcão irmão, dependendo da temperatura e da acidez da água circundante. Enquanto isso, outras preferiam nadar através dos gases de enxofre que vazam de dois grandes montes próximos ao centro da caldeira.
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Além de adicionar tantas novas espécies à árvore da vida microbiana, essas descobertas podem dar aos pesquisadores outra ferramenta para estudar os lugares mais extremos da Terra.
“Estamos chegando a um ponto em que os micróbios podem ser muito informativos sobre o ambiente de onde vieram e até mesmo refletir um pouco do passado”, disse Mircea Podar do ORNL em um comunicado. “Com mais dados, podemos usar micróbios como um proxy para caracterizar ambientes onde as medições tradicionais são difíceis de capturar”.