Estudo reforça que beber água suficiente pode prevenir problemas cardíacos

Mateus Marchetto
Imagem: Pezibear / Pixabay

De acordo com uma nova pesquisa, realizada com mais de 15.000 adultos ao longo de 25 anos, beber água suficiente ao longo da vida pode prevenir ou reduzir o risco de problemas cardíacos, como o infarto.

Muitos estudos, nas últimas décadas, vêm mostrando a importância do consumo de água para a longevidade e saúde humana. Assim, a pesquisa publicada no Congresso da ESC (European Society of Cardiology), na edição de 2021, analisou pacientes de 5 em 5 anos.

Estes pacientes tinham entre 44 e 66 anos de idade, e receberam o acompanhamento da equipe de pesquisadores até a faixa de 70 a 90 anos de idade. A equipe, por sua vez, analisou se os pacientes tinham o hábito de beber água suficiente para seu corpo, principalmente pelos níveis de sódio (Na+) no sangue dos participantes.

Acontece que o sangue humano tem uma concentração normal de sódio que geralmente varia entre 135 e 145 mmol/L. Todavia, a pesquisa mostrou que níveis acima de 142 mmol/L (quanto mais sódio, menos água, em proporção) aumentaram significativamente o risco de doenças cardíacas nos pacientes.

Especialmente, a hipertrofia do ventrículo esquerdo foi um dos indicativos de maior risco de problemas cardíacos. Essa condição, por conseguinte, causa um aumento da espessura do ventrículo esquerdo, dificultando o bombeamento de sangue.

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Imagem: Steve Buissinne / Pixabay 

Mas qual a relação entre beber água suficiente e o sódio no sangue?

O sódio, assim como outros sais, tem funções essenciais a nível celular em todos os organismos. Nossos neurônios, por exemplo, dependem deste cátion para realizar a transmissão do impulso nervoso, pela sódio-potássio ATPase. Além disso, esses sais presentes no sangue têm diversas funções osmóticas.

Acontece que a água é um solvente necessário para a maioria das funções das nossas células. Para falar em termos gerais, ela torna o metabolismo mais fácil e menos desgastante, a nível fisiológico e celular. Contudo, conforme ingerimos menos água, a concentração de sais aumenta no sangue.

Isso causa uma maior reabsorção de água, o que força também o trabalho do fígado e dos rins a níveis não-saudáveis. Em média, os pesquisadores registraram que a cada mmol/L a mais de sódio, a chance de hipertrofia ventricular esquerda aumenta em até 1,2%.

Por mais que pareça pouco, vale ressaltar que a maioria das pessoas não consome os médios 2 litros de água por dia. Em associação ao colesterol, diabetes, e um estilo de vida sedentário, o problema vira uma bola de neve, e aqueles 1,2% fazem toda a diferença.

Por via das dúvidas, melhor andar sempre com a garrafinha cheia, e de água, não de refrigerantes e bebidas artificiais.

A pesquisa está disponível em ESC Congress 2021.

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