Pesquisadores da Universidade de Oxford desenvolveram um novo biomarcador, ou ‘impressão digital’, chamado fat radiomic profile (FRP), usando aprendizado de máquina, para detectas bandeiras vermelhas biológicas nos vasos sanguíneos que revestem o espaço perivascular e fornecem sangue ao coração. Ele identifica inflamação, cicatrizes e alterações nos vasos sanguíneos, ambos sinais de futuros ataques cardíacos.
Quando um paciente procura o hospital com dores no peito, o componente padrão de tratamento é fazer um angiografia coronária por tomografia computadorizada (TCAC), que consiste em varredura das artérias coronárias para verificar se há segmentos estreitados ou bloqueados. Se não houver estreitamento significativo da artéria, responsável por cerca de 75% dos exames, as pessoas são enviadas para casa, mas algumas delas ainda terão um ataque cardíaco em algum momento no futuro e não há métodos capazes de identificar todas as bandeiras vermelhas subjacentes para prever um futuro ataque cardíaco.
Nesse estudo, o professor Charalambos Antoniades e sua equipe usaram biópsias de tecidos adiposos de 167 pessoas submetidas à cirurgia cardíaca. Eles analisaram a expressão de genes associados à inflamação, cicatrizes e formação de novos vasos sanguíneos, e os associaram às imagens de varredura do CCTA para determinar quais características pudessem indicar alterações na gordura ao redor dos vasos cardíacos, denominada “gordura perivascular”.
Em seguida, a equipe comparou as varreduras de CCTA das 101 pessoas, de um total de 5487 indivíduos, que sofreram um ataque cardíaco ou morte cardiovascular 5 anos após terem feito CCTA com controles para entender as mudanças ocorridas no espaço perivascular, indicativo de maior risco de ataque cardíaco. Usando algoritmos de machine learning, eles desenvolveram a impressão digital de FRP capaz de capturar o nível de risco. Quanto mais escaneamentos cardíacos forem adicionados, mais precisas serão as previsões e mais informações se tornarão ‘conhecimento básico’ disponível para procedimentos médicos.
Eles testaram o desempenho dessa impressão digital perivascular em 1.575 e mostraram que o FRP tem um valor impressionante na previsão de ataques cardíacos, acima do que pode ser alcançado com qualquer uma das ferramentas atualmente usadas na prática clínica. A equipe espera que essa poderosa tecnologia permita que um número maior de pessoas evite ataques cardíacos, e planeje lançá-la aos profissionais de saúde no próximo ano, com a esperança de que seja incluída nas práticas de rotina médica juntamente com as verificações de CCTA nos próximos 2 anos.
O professor Charalambos Antoniades, professor de medicina cardiovascular e pesquisador clínico sênior da BHF na Universidade de Oxford, disse:
“Só porque o exame de alguém de sua artéria coronária mostra que não há estreitamento, isso não significa que eles estão a salvo de um ataque cardíaco. Ao aproveitar o poder da IA, desenvolvemos uma impressão digital para encontrar características ‘ruins’ nas artérias das pessoas. Isso tem um enorme potencial para detectar os sinais precoces da doença e para poder tomar todas as medidas preventivas antes que um ataque cardíaco ocorra. , finalmente salvando vidas. Acreditamos genuinamente que essa tecnologia poderá salvar vidas no próximo ano”.
A nova ‘impressão digital’ extrai informações adicionais para a biologia subjacente aos exames usados rotineiramente para detectar artérias comprometidas. Essa tecnologia baseada em IA para prever um ataque cardíaco iminente com maior precisão pode representar um grande passo à frente no atendimento personalizado. para pessoas com suspeita de doença arterial coronária.
FONTE / Universidade de Oxford
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