Asteroide camuflado pelo Sol quase atingiu a Terra

Mateus Marchetto

Um pequeno asteroide realizou uma das trajetórias mais próximas do planeta Terra já registradas, no dia 24 de outubro deste ano. Apesar de não representar riscos significativos, o pequeno corpo celeste só foi detectado muito depois de ter passado pelo nosso planeta.

O UA1, nome dado ao asteroide, tinha meros dois metros de diâmetro e sobrevoou a Antártica a uma distância de 3000km do solo. Apesar de parecer longe, o asteroide passou mais perto do planeta do que muitos satélites, sendo o terceiro meteoro mais próximo da Terra em sua trajetória.

Felizmente, o tamanho do UA1 era irrisório para causar qualquer dano na superfície terrestre. Isso porque todo o material do meteoro provavelmente iria queimar na atmosfera antes de poder explodir nas terras geladas da Antártica.

O problema deste meteoro, contudo, foi a sua discrição. Acontece que especialistas apenas conseguiram detectar o asteroide ao menos 4 horas após ele ter passado sobre o ponto mais próximo da Terra de sua trajetória.

Segundo especialistas, isso ocorreu pois o asteroide veio em direção à Terra numa posição contrastante com o Sol. Assim, a luz da nossa estrela pode ter ofuscado o asteroide camuflado e evitado a sua detecção.

Todos os corpos celestes que chegam a uma distância mínima do planeta (194,5 milhões de km), ademais, recebem a denominação de NEOs, ou Near-Earth Objects. A própria NASA tem um departamento apenas para estudo destes asteroides, o CNEOS. O principal objetivo desta equipe, entre diversas outras, é monitorar asteroides possivelmente perigosos, para evitar que tenhamos um fim parecido com o dos dinossauros.

Como evitar o próximo asteroide

Para representar uma ameaça realmente significativa contra a Terra, um asteroide precisa atingir os 140 metros de diâmetro. A título de comparação, o asteroide que atingiu a Península de Iucatán e eliminou os dinossauros do planeta tinha 9,6 mil metros de diâmetro.

Apesar da maioria dos NEOs não chegarem nem perto do asteroide dos dinossauros, contudo, diversos órgãos espaciais, como a NASA, estão preocupados em rastrear e combater essas ameaças.

No dia 24 de novembro deste ano, por exemplo, a Agência Espacial Americana irá lançar uma missão com o objetivo de atingir o asteroide Didymos (de 780 metros de diâmetro) com uma nave remota de alta velocidade. Com essa estratégia, pesquisadores buscam avaliar a possibilidade de desviar trajetórias de NEOs com impactos controlados.

Apesar da passagem do asteroide camuflado UA1 ter sido por pouco, todavia, não há motivo para se preocupar até o momento. Isso porque um meteoro de tamanho significativo provavelmente teria sido detectado muito antes do que neste caso, mesmo contra a luz do Sol.

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