O Telescópio Espacial Hubble, lançado em 1990, revolucionou nosso entendimento do cosmos por mais de três décadas. A importância do Hubble é imensa. Suas descobertas revelaram mais sobre nosso universo do que qualquer outro telescópio ao longo da história.
Embora tenha permanecido o mais poderoso telescópio espacial durante anos, o recém-lançado Telescópio Espacial James Webb é ainda mais poderoso, e provavelmente fará descobertas que o Hubble não conseguiu fazer.
Com o sucessor de Hubble agora no espaço e fazendo descobertas, é importante olhar para trás em algumas das maiores descobertas do Telescópio Espacial Hubble.
10. Origem das explosões de raio gama
A primeira explosão de radiação gama foi detectada em 1967, mas só em 2013 é que os cientistas observaram sua causa exata. A maioria das explosões de raios gama duram apenas alguns segundos e, portanto, identificar sua causa exata pode ser um desafio, mas o Telescópio Espacial Hubble conseguiu observar uma explosão de raios gama à medida que acontecia, revelando o evento cósmico que causou a explosão. O evento é conhecido como uma quilonova, e eles ocorrem quando duas estrelas de nêutrons colidem e explodem.
9. Colisões planetárias
O cometa, chamado Shoemaker-Levy 9, colidiu com o planeta Júpiter em 16 de julho de 1994. Nenhuma colisão desta magnitude havia sido observada, e enquanto os telescópios terrestres eram capazes de observar a colisão, Hubble tinha uma visão muito melhor do espaço, e era também o único telescópio capaz de observar a colisão em vários comprimentos de onda de luz. Dados posteriores do Hubble revelaram como as colisões se comportam em nosso Sistema Solar, lançando luz sobre a origem dos planetas e da fragilidade de nossa existência.
8. Buracos negros supermassivos
Antes do lançamento do Hubble, astrônomos haviam teorizado a existência de buracos negros supermassivos com base em algumas observações, mas nenhum telescópio estava suficientemente avançado para confirmá-los, até o Hubble. Ele conseguiu medir a velocidade orbital das estrelas localizadas em núcleos galácticos, permitindo aos astrônomos confirmar a existência de buracos negros supermassivos no núcleo de galáxias.
7. Como os sistemas solares se formam
O poder de Hubble permitiu que pudéssemos investigar viveiros estelares, observando estrelas recém-formadas em detalhes vívidos. Além das estrelas, Hubble observou vastos discos em torno de estrelas jovens. Estes discos são conhecidos como discos protoplanetários, e são as regiões ao redor das estrelas jovens onde a forma do planeta se encontra. Hubble confirmou onde os sistemas solares se formam, e isso marcou um avanço sem precedentes na ciência planetária.
6. Idade do universo
O Telescópio Espacial Hubble confirmou que o universo tem cerca de 13,7 bilhões de anos, e fez isso permitindo aos astrônomos calcular as distâncias para algumas das galáxias mais distantes. Hubble também permitiu que os astrônomos determinassem a taxa de expansão do universo.
5. Atmosferas exoplanetas
Em 2001, Hubble se tornou o primeiro telescópio a analisar a atmosfera de um planeta além de nosso sistema solar e determinar parte de sua composição. Ele fez isso analisando a luz que passava pela atmosfera do planeta, permitindo que Hubble produzisse um espectro que poderia ser analisado para determinar a composição. O próprio planeta, apelidado de Osiris, é um Júpiter quente localizado a 150 anos-luz de distância. Depois de analisar os dados, os cientistas anunciaram em 2001 que Hubble detectou a presença de sódio na atmosfera de Osiris. Hubble provou que as atmosferas planetárias podiam ser analisadas desta forma, e agora se tornou o padrão ao estudar as atmosferas exoplanetárias.
4. Evolução das estrelas
O Telescópio Espacial Hubble consegue ver estrelas e grupos de estrelas em detalhes vívidos, permitindo aos astrônomos estudar como as estrelas nascem, vivem e morrem. Hubble também conseguiu observar várias gerações de estrelas, o que permitiu aos astrônomos determinar o ciclo de vida geral de cada tipo de estrela. Ao observar múltiplas estrelas de idades variadas, os astrônomos conseguem ter uma ideia de como diferentes estrelas evoluem ao longo do tempo.
3. Evolução das galáxias
Quanto mais poderoso um telescópio, mais longe ele pode ver, e mais atrás no tempo ele pode ver. Hubble pode ver bilhões de anos no passado, e consegue observar as galáxias mais jovens do universo. Como as observações do Hubble com estrelas, observar múltiplas galáxias de diferentes períodos permitiu aos astrônomos compreender melhor como essas vastas coleções de estrelas se formam e evoluem. Nenhum outro telescópio tem observado galáxias no nível de detalhe que Hubble tem, mas isso provavelmente mudará com o Telescópio James Webb.
2. Matéria escura
A matéria escura é um dos maiores mistérios da física e da astronomia. Sua existência é inferida através de sua interação gravitacional com a matéria visível. Sua existência foi prevista pela primeira vez na década de 1930, e o Telescópio Espacial Hubble observou como a matéria escura se comporta em detalhes sem precedentes. Hubble conseguiu observar múltiplas linhas de evidência da existência da matéria escura, tais como a rotação de galáxias, a massa de aglomerados de galáxias e a lente gravitacional. Se alguém duvidava sobre se a matéria escura existe ou não, Hubble dissipou essa dúvida.
1. Energia escura e a expansão do universo
Edwin Hubble, o astrônomo que deu o nome ao ilustre telescópio, descobriu que o universo está se expandindo. Quase todas as galáxias do Universo estão se afastando de nós a velocidades tremendas. Curiosamente, durante anos, os astrônomos previram que a taxa de expansão do Universo estava diminuindo devido à atração interna da gravidade. Eventualmente, a expansão do espaço iria desacelerar. Em 1999, no entanto, duas equipes de astrônomos usando o Telescópio Hubble descobriram que o espaço não está desacelerando — ele continua a acelerar. Para que o espaço esteja acelerando, ele deve conter uma forma de energia que provoque essa expansão. Esta energia foi chamada de energia escura, que é, ao lado da matéria escura, um grande mistério para a ciência.