Antigo naufrágio na Suécia está ajudando a reescrever a era das descobertas

Letícia Silva Jordão
Imagem: Museum Ingemar Lundgren / Blekinge

Um antigo naufrágio na Suécia, que ocorreu há 500 anos, tem seus destroços encontrados no mar próximo a Ilha Stora Ekon. O navio conhecido como Gribshunden pertenceu ao antigo rei Dinamarquês Hans, e seu naufrágio ocorreu no verão de 1495. 

Ele é conhecido por ser um dos últimos navios de guerra de um período pouco conhecido, e fornece aos pesquisadores um material inédito para descobrir mais sobre como era a vida de um rei medieval que viajava com diversos bens reais.

A história por trás do antigo naufrágio na Suécia

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Imagem: Ilustrada por Mats Vänehem

A história do navio Gribshunden começa no verão de 1495, quando a Suécia havia se separado de um acordo chamado União de Kalmar, que havia sido firmado para que ela fosse governada junto da Dinamarca e da Noruega. Com a rebelião da Suécia que buscava sua independência, Hans queria viajar até lá com o objetivo de acabar com a dissidência e reviver a união, tornando-se rei também da Suécia.

Para realizar esse feito, Hans levou consigo uma frota de 18 navios liderados pelo Gribshunden. Porém, o navio de Hans acabou afundando enquanto ancorava ao norte de Stora Ekon, devido ao seu estoque de pólvora que acendeu de forma acidental e causou um incêndio.

Durante o acidente, o rei Hans já estava participando da reunião, mas outras pessoas acabaram morrendo pela fumaça, chamas ou se afogando no mar.

O navio Gribshunden pertenceu à primeira geração de navios que cruzaram os oceanos para chegar a terras distantes. Segundo fontes históricas, Gribshunden navegou com 68 canhões instalados, o que representou uma revolução no design dos navios utilizados em guerras navais.

Expedição dos arqueólogos

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Imagem: Marie Jonsson

O primeiro contato que tivemos com o navio foi no verão de 1971, onde mergulhadores locais encontraram seus destroços e levaram consigo algumas bolas chumbo como souveniers. Um tempo mais tarde, em 2001, um dos mergulhadores avisou os arqueólogos sobre a existência desse naufrágio, logo após achar troncos ocos estranhos no fundo do mar.

Quando os arqueólogos mergulharam para analisar o material, descobriram que os troncos ocos eram na verdade carruagens que continham canhões, tratando-se assim de um navio de guerra muito antigo.

Os arqueólogos começaram seus estudos, onde vasculharam os detritos do navio. Cada estágio da escavação no fundo do mar foi registrado e depois passado para uma especialista em dados que utilizou o material para construir mapas virtuais 3D.

Análises feitas no antigo naufrágio na Suécia

A partir de tomografias computadorizadas, foi descoberto que algumas moedas de prata eram dinamarquesas, e outras varreduras mostram que várias peças do navio se originaram de outros países da europa, como as balas do canhão de chumbo que eram alemães.

Mas o que mais surpreendeu a equipe durante a análise foi a origem da madeira de carvalho do navio que era holandesa, o que indicava que o rei encomendou o navio de especialistas do exterior.Além desses, a expedição do antigo naufrágio na Suécia rendeu aos arqueólogos a descoberta de diversos artefatos que traziam indícios da luxuosa carga que o navio carregava.

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