Um grupo formado por mergulhadores e arqueólogos na Lituânia encontrou os restos mortais de um soldado medieval consideravelmente conservado no fundo de um lago. Além disso, seus pertences também permanecem lá, como a espada, e a roupa, também ainda perfeitamente inteiros. Isso quer dizer que o achado ajudará na maior compreensão sobre a vida e os soldados da idade média europeia, ou pelo menos no Báltico.
A Lituânia é um dos três Países Bálticos, localizados na região oriental da Europa, próximo à Polônia, Ucrânia, Rússia. Trata-se de uma região historicamente bastante conturbada, recheada por guerras e conflitos de interesse entre os tronos mais poderosos. O soldado remete a uma época em que a Lituânia ainda possuía uma força considerável na região.

Um país, uma história
Ultimamente, o Lago Asveja, o maior lago da Lituânia, ganhou destaque, conforme o Ancient Origins. Desde 1998 mergulhadores aplicam por ali diversos métodos arqueológicos subaquáticos. Portanto, o lago oferece muito material para a história e a arqueologia.
Anteriormente, já encontraram por ali partes de telhas, pedaços de barcos, de balsas pedaços de uma antiga ponte, além de diversos outros tipos de objetos datados de diferentes períodos da história – desde objetos mais recentes, até objetos mais antigos, como é o caso do soldado junto a seus pertences.
Embora saibamos muito pouco sobre a Lituânia, nessa época o Grão-Ducado da Lituânia consolidou-se como um dos Estados mais poderosos da Europa Oriental, exercendo uma influência regional. Ele controlava regiões como a Ucrânia. Além disso, possuía uma ligação, por dinastias, com o Reino da Polônia.
Conforme a Biblioteca Digital Mundial, no auge de seu poder, nos séculos XIV a XVI, o Grão-Ducado da Lituânia abrangia os territórios da Lituânia, Bielorússia e Ucrânia ocidental, além dos reinos próximos aliados à coroa lituânia. O país se uniu à Polônia em 1569, após muita influência polonesa, formando, assim, a República das Duas Nações.
Em 1795, no entanto, a Lituânia perdeu completamente sua autonomia, já que o Império Russo anexou a maior parte da República das Duas Nações e a Prússia, o principal reino alemão, absorveu o território restante. Apenas em fevereiro de 1918, com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Lituânia recuperou sua independência e soberania.
Os restos mortais do soldado medieval

Não foi uma localização acidental. Os cientistas buscavam justamente por objetos úteis para estudo. Os arqueólogos R. Kraniauskas e Z. Baubonis, então, sob a coordenação do gerente de pesquisa, dr. E. Pranckėnaitė, chamaram os mergulhadores profissionais G. Krakauskas e A. Matiukas. Os mergulhadores, então, passaram a observar o fundo do lago.

Logo eles localizaram pedaços de uma velha ponte. Ao retirar os objetos, cavaram e, a 9 metros de profundidade, coberto por uma camada de lama, localizava-se os restos mortais de um soldado medieval. O que mais impressiona é a conservação de materiais orgânicos, como o próprio soldado e o couro da bota.

O soldado e seus objetos provavelmente remetem ao século XVI, baseado na vestimenta. Possivelmente um jovem, como revelado pelas análises preliminares, junto a ele há uma espada, suas botas de couro, as vestimentas e duas facas. É justamente por essas características que, antes mesmo de uma datação, os cientistas já dizem tratar-se de um soldado medieval.
“Os restos mortais foram encontrados sob uma camada de lama e areia a uma profundidade de nove metros durante um exame subaquático dos restos da velha ponte Dubingiai”, disse a arqueóloga Elena Pranckenaite em entrevista à emissora de rádio e televisão lituâna LRT.
Os cientistas ainda não sabem a causa da morte do jovem soldado, mas sabe-se que ainda era muito jovem. Os arqueólogos enviaram os restos mortais para a Faculdade de Medicina da Universidade de Vilnius, cidade histórica da Lituânia e os objetos arqueológicos para o Museu Nacional da Lituânia e, dessa forma, manterão-se preservados.
Com informações de Ancient Origins, LTR e Biblioteca Digital Mundial.