As abelhas são animais altamente sociais. Esses insetos formam colônias de milhares e até milhões de indivíduos. Estudos indicam que abelhas podem usar ferramentas e mesmo fazer manobras complexas durante o voo. Contudo, toda colônia de abelhas possui uma rainha que é a única fêmea fértil. Nesse sentido, pesquisadores acabam de descobrir que as colônias desses insetos possuem uma estrutura de comunicação complexa para encontrar a rainha do grupo.
A maioria dos insetos sociais, ademais, como formigas e abelhas, fazem sua comunicação por feromônios. Essas biomoléculas causam respostas fisiológicas e comportamentais em animais que sejam da mesma espécie. Isso ajuda os insetos a encontrarem e marcarem locais com alimento, abrigo e a própria colônia.
Acontece que, quando retira-se a abelha rainha de perto da colônia, os outros insetos rapidamente localizam a sua majestade e se aglomeram ao redor dela. Para entender esse mecanismo, pesquisadores avaliaram a movimentação de abelhas em uma caixa transparente. Os biólogos coletaram os dados de cada abelha e descobriram que os insetos formam uma rede de comunicação para encontrar a rainha.
Após os pesquisadores terem afastado a rainha da colônia, por conseguinte, algumas operárias começavam a se mover aleatoriamente, buscando o sinal da monarca. Quando uma operária encontrava a rainha, ou um rastro de seus feromônios, ela mesma passava, então a secretar sinal químicos no ar – com a ajuda de suas asas e uma glândula chamada de Nasonov.
Dessa forma as outras operárias conseguem encontrar o caminho até a rainha, por meio dos checkpoints de sinalização criados por outras operárias.
Feromônios para comunicação no mundo animal
Feromônios são mecanismos importantes de comunicação não só nos insetos. Eles estão presentes também em aves e mamíferos, sobretudo durante épocas de reprodução. Contudo, o estudo mostra um novo nível de utilização dessas moléculas. Isso porque as abelhas não só secretam esses compostos, mas também formam caminhos com eles.
No estudo, os pesquisadores observaram que as abelhas que estavam sinalizando o caminho até a rainha mantinham uma distância padrão entre si. Teoricamente, isso aumentaria a chance de que outras operárias também captassem a direção certa a seguir a partir dos feromônios. Em média, 30 minutos após a separação da rainha, o resto da colônia já havia encontrado o caminho e se aglomerado onde a monarca estava.
O artigo científico foi publicado em PNAS.