Devido ao crescimento da produção de carros elétricos e às propriedades do grafeno, há certa dúvida acerca da Tesla estar produzindo uma bateria de grafeno.
A popularidade da Tesla é uma boa notícia para baterias de metal com grafite, lítio e cobalto, usadas nas baterias de carros elétricos. O Tesla Model 3, em particular, é interessante para certos consumidores (custando US$ 40.000, ou R$ 214.000), com a Tesla acreditando que ele ajudaria os carros elétricos a se tornarem disponíveis para o consumo popular.
Como os carros elétricos da Tesla dependem de baterias de íon de lítio, a demanda por lítio, assim como por grafite e cobalto, é esperada para crescer à medida que a Tesla aumenta suas vendas.
Mas alguns investidores também se questionam se essas baterias também podem incluir outro material: um alótropo cristalino de camada única de carbono conhecido como grafeno. De onde vem essa especulação?
Qual a diferença entre a bateria atual de íon de lítio e uma bateria de grafeno?
Visto como o “material maravilhoso” do século XXI, o grafeno tem uma lista impressionante de características: conduz eletricidade melhor que o cobre, é impermeável a gases, 200 vezes mais resistente que o ferro (e seis vezes mais leve) e quase transparente.
Além disso, suas propriedades podem se alterar quando componentes químicos são adicionados à superfície.
Essas qualidades dão ao grafeno aplicações quase ilimitadas, ainda que a maioria não esteja comercialmente disponível. Baterias de íon de lítio são apenas uma das muitas áreas que os especialistas reconhecem um potencial para a tecnologia com grafeno.
Por exemplo, a alta condutividade do grafeno pode aumentar a densidade de energia e acelerar as reações químicas nas baterias de íon de lítio. Isso, por sua vez, pode fornecer uma maior transferência de energia e recargas mais rápidas, com menos calor. Além disso, as propriedades mecânicas do grafeno podem dar estabilidade aos materiais de eletrodo.
A Tesla está pesquisando sobre o grafeno?
A resposta curta: ainda não. Mas há algumas informações interessantes sobre a relação entre a Tesla e o grafeno:
- Bateria de grafeno de 800 km: a Xinhua News Agency, da China, é largamente responsável pelos rumores acerca da bateria de grafeno. Em 2014, agência publicou um artigo declarando que a Tesla estava trabalhando numa bateria de grafeno que poderia quase dobrar o alcance do carro Model S para 800 km;
- CEO Elon Musk entra na conversa: a história da Xinhua teve algum crédito, pois na época em que saiu o próprio Musk falou que ele acreditava ser possível criar um carro elétrico com alcance de 800 km. Todavia, ele não especificou que seria o grafeno a ser usado para criar tal veículo;
- Observadores do mercado ficam em alerta: juntos, o artigo e o comentário de Musk criaram burburinhos na comunidade do grafeno. Observadores do mercado apontaram que, ainda que uma bateria de grafeno pudesse ser ótima em seus objetivos, o custo a tornaria altamente cara;
- O interesse mais recente: sem comentários além dos iniciais, a atenção em torno do assunto se dissolveu. Contudo, no meio de 2019, a Tesla comprou a Maxwell Technologies. A Maxwell oferece capacidades de carregamento rápido através de seus supercapacitores.
É aqui onde estamos hoje. A ideia é atraente, mas ainda não há uma confirmação da própria empresa.
Por que a Tesla não está criando veículos com bateria de grafeno?
Há certos problemas na comercialização do uso de materiais de grafite em baterias, e isso pode estar impedindo a Tesla. Por exemplo, há desafios de densidade que impactam a segurança e força das baterias de lítio em carros elétricos. Problemas concernentes à condutividade, que podem reduzir a capacidade geral da bateria, também permanecem.
Mas há outras empresas interessadas na bateria de grafeno. A Nanotech Energy está desenvolvendo baterias aprimoradas com grafeno para eletrônicos portáteis e carros elétricos. A Graphenano, em 2020, relatou que está desenvolvendo uma bateria à base de polímero de grafeno que poderia aumentar o alcance até 50 0 km e reduzir o tempo de recarga para menos de 5 minutos.
Outras empresas também estão se envolvendo no assunto, o que significa que a resposta final não está na Tesla.
