Quase todos os meteoros que atingem a Terra vem dos mesmos três lugares, revelam estudos

Milena Elísios
Imagem: Yol Gezer / Pixabay

Cientistas desvendaram um mistério que intrigava os pesquisadores há décadas: a origem da maioria dos meteoritos que caem na Terra. Um grupo internacional de pesquisa revelou que 70% de todas as quedas conhecidas de meteoritos vêm de apenas três famílias de asteroides jovens.

Essas famílias de asteroides surgiram de colisões que aconteceram há pouco tempo no cinturão principal de asteroides, entre Marte e Júpiter. As descobertas lançam nova luz sobre a história do nosso sistema solar e abrem caminho para entender melhor a formação e evolução dos corpos celestes. Os pesquisadores conseguiram identificar a origem de mais de 90% dos meteoritos, um avanço significativo no campo da astronomia.

Por que essas três famílias de jovens asteroides são fonte de tantos meteoritos?

As famílias de asteroides recém-formadas têm muitos fragmentos pequenos. Esses pedaços são restos de colisões que aconteceram há pouco tempo. Com tantos fragmentos por perto, as chances de novas batidas aumentam. Os pedacinhos também se movem bastante e podem sair do cinturão de asteroides, às vezes indo para a Terra.

Famílias mais antigas já perderam boa parte desses fragmentos menores. Ao longo de milhões de anos, as colisões e o movimento natural no espaço fazem esses pedaços sumirem. Por isso, as famílias Karin, Koronis e Massalia são importantes fontes de meteoritos agora. Mas no futuro, outras famílias mais novas vão tomar seu lugar.

Um método para rastrear a árvore genealógica de meteoritos e asteroides

Pesquisadores fizeram um avanço significativo na compreensão das origens dos meteoritos e asteroides. Um estudo abrangente combinou observações telescópicas das principais famílias de asteroides com simulações computacionais avançadas. Essa abordagem inovadora permitiu identificar a origem de mais de 90% dos meteoritos conhecidos.

O estudo revelou as fontes primárias de condritos carbonáceos e acondritos, além dos já conhecidos meteoritos lunares e marcianos. Essa descoberta tem implicações importantes para a segurança planetária, pois ajuda a rastrear asteroides de tamanho quilométrico que podem representar uma ameaça à Terra.

As missões espaciais recentes também se beneficiaram desses achados. Os asteroides Ryugu e Bennu, alvos das missões Hayabusa2 e OSIRIS-REx, foram identificados como descendentes do mesmo asteroide pai da família Polana. Amostras desses corpos celestes estão sendo estudadas em laboratórios ao redor do mundo.

Apesar do progresso significativo, a origem de cerca de 10% dos meteoritos conhecidos ainda é um mistério. Os cientistas planejam continuar suas pesquisas, focando nas famílias de asteroides jovens formadas nos últimos 50 milhões de anos.

Esse método de rastreamento tem amplas aplicações. Ele não só ajuda a entender a história do Sistema Solar, mas também fornece informações valiosas para futuras missões de exploração espacial e estratégias de defesa planetária.

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