Algumas tecnologias podem acabar com a fome no mundo. Segundo apuração de 2021 da Unicef (sigla que significa Fundo das Nações Unidas para a Infância), 828 milhões de pessoas estavam passando fome, número que subiu em 46 milhões de pessoas desde 2020 e 150 milhões de pessoas desde 2019.
Esse aumento não se deu apenas pelo aumento populacional do planeta. Entre 2015 e 2019, a proporção de pessoas afetadas pela fome não foi muito alterado, ou seja, não subiu consideravelmente. Entretanto, com a pandemia da Covid-19 os problemas da fome saltaram. Em 2019, 8% da população mundial passava fome; em 2020, esse valor saltou para 9,3% e em 2021, 9,8%.
A notícia boa é que a fome caiu. Em 2022, cerca de 735 milhões pessoas passaram fome. A notícia ruim é que esse número ainda está mais próximo do 1 bilhão do que do zero. Entretanto, algumas tecnologias podem acabar com a fome no mundo, ou pelo menos ajudar a chegarmos perto disso.
Essas 3 tecnologias podem acabar com a fome no mundo
O agronegócio não precisa ser necessariamente inimigo do meio ambiente, até porque dependemos dele para nos alimentarmos. Entretanto, se faz extremamente necessária uma agricultura responsável, principalmente porque com essa responsabilidade, as tecnologias podem acabar com a fome no mundo.
1. Técnicas de melhoramento
Ser geneticamente modificado não implica em necessariamente fazer mal para a saúde. Modificações genéticas, como o CRISPR, que está em uma tendência mundial, podem trazer uma série de melhoramento para as plantas, gerando uma produtividade inédita.
Terras para plantio são extremamente limitadas, o que torna as técnicas de melhoramento extremamente necessárias. O milho, por exemplo, teve qualidades de diferentes espécies mixadas, gerando uma espiga grande, com grãos graúdos, entre outras qualidades que só podem ser obtidas com a edição genética.
Hoje, 80% da soja no planeta é transgênica, ou seja, modificada geneticamente.
Embora haja uma grande polêmica em relação aos alimentos transgênicos, após duas décadas de extensivo cultivo, não há evidência de danos à saúde ou ao meio ambiente, conforme a Embrapa, apesar de potenciais riscos que são constantemente monitorados.
No Brasil, a lei em relação aos transgênicos é rigorosas, e somente após aproximadamente uma década de testes é que esse transgênico pode ser comercializado.
2. Agricultura de Precisão
Os drones são, hoje, muito acessíveis, e qualquer pessoa pode comprar um bom drone com câmeras em alta resolução integradas sem gastar muito dinheiro. E esses drones são uma das principais ferramentas da agricultura de precisão.
Também são extensivamente utilizados os sistemas de GPS e outros sistemas de sensoriamento e análises de solo, clima, tempo e quaisquer outros fatores analisáveis.
A agricultura de precisão permite lidar com particularidades de cada terreno, já que uma área, ou uma propriedade específica não possuem, necessariamente, uma composição uniforme de solo. Dessa maneira, essa tecnologia permite lidar da forma correta considerando as diferentes nuances do terreno, mantendo uma produtividade alta em todos os pontos.
3. Biocontrole
O biocontrole é outra tecnologia essencial para melhoria de produtividade e combate à fome no mundo.
Os agrotóxicos, ou na terminologia que não passa de um eufemismo, defensivos agrícolas, são uma agressão à nossa saúde e ao meio ambiente, e seu uso é bastante controlado. Entretanto, eles ainda se fazem muito necessários para o controle de pragas.
Eliminar o uso desses agrotóxicos é necessário, já que além de trazer danos à nossa saúde, muitos desses produtos químicos utilizados contaminam depósitos de água subterrânea e matam animais além das pragas, como as essenciais abelhas, que correm sério risco de extinção – um perigo não só para elas, mas para toda a produção de alimentos no mundo.
A chave para a eliminação dos agrotóxicos é o uso de biocontrole – ou seja, a utilização de plantas, insetos, animais, fungos ou bactérias dispostos de maneira estratégica ou aplicados nas plantas para conter pragas. Hoje, são utilizados principalmente os bioprodutos à base de bactérias e fungos.
Segundo a Embrapa, no Brasil, hoje, a área sob controle biológico hoje deve ser superior aos 70 milhões de hectares. Entretanto, ainda há espaço para crescimento, pois esse uso ainda é tímido, se comparado aos agrotóxicos.