O DNA de homem envolto por cinzas vulcânicas foi sequenciado por uma equipe de pesquisadores. O homem estava nas ruínas de Pompeia coberto por cinzas vulcânicas por quase 2 mil anos.
No ano de 79 d.C., o Monte Vesúvio, o único vulcão ativo da Europa continental, entrou em erupção. Localizado na atual Itália, mais especificamente em Nápoles, a erupção ocasionou uma grande perda para a Europa.
As cidades romanas de Pompeia e Herculana foram soterradas pela erupção do Monte Vesúvio. Um estudo recente sugere que todas as pessoas em Pompeia morreram em menos de 17 minutos. Além de lava quente correndo, um problema de um erupção são as cinzas que caem quentes, além de um gás extremamente tóxico.
As ruínas da cidade foram descobertas no século 16, e a cidade foi, desde então, se tornando um ponto turístico.
Muitos daqueles famosos corpos petrificados não são os corpos reais, mas “estátuas” de gesso fabricadas nos moldes de corpos reais. Os moldes foram feitos em cavidades encontradas. Nessas cavidades, sim, estão os formatos originais das pessoas.
Ou seja, aquelas “estátuas” são réplicas das posições reais em que as pessoas morreram.
Nas cavidades, foi possível encontrar restos humanos. Assim, hoje, pode-se estudar um pouco mais sobre o cidadão da cidade e analisar o DNA de homem envolto por cinzas vulcânicas
Sequenciamento do DNA de homem envolto por cinzas vulcânicas
Em 2022, um estudo publicado em acesso aberto no periódico Scientific Reports analisou o DNA DNA de homem envolto por cinzas vulcânicas, entre dois pompeianos.
Para o estudo, foram analisados ossos petrosos na base do crânio de ambos espécimes. O homem possuía entre 35 e 40 anos e a outra ossada pertencia a uma mulher de mais de 50 anos de idade. O DNA que foi extraído da mulher, no entanto, não forneceu informações suficientes para a análise. 7
Os corpos foram encontrados no que deveria ser uma sala de jantar – triclinium, em seu nome em latim. Mais da metade dos corpos foram encontrados dentro de suas casas, o que indica uma descrença na possibilidade de erupção após tremores de terra que possivelmente ocorreram tempo considerável antes do evento catastrófico.
No estudo, os pesquisadores relatam a dificuldade de estudos genéticos nos restos mortais de moradores de Pompéia.
“Apesar de continuar uma intensa pesquisa científica no local desde o século XIX até os dias atuais, a realização de estudos bioarqueológicos e genéticos a partir de restos humanos pompeianos tem sido um desafio, pois a exposição a altas temperaturas efetivamente destrói a matriz óssea, alterando a estrutura da bioapatita e diminuição da qualidade e quantidade de DNA recuperável”, dizem os pesquisadores.
Mas alguns corpos podem ter tido condições especiais para a conservação.
“Por outro lado, também é possível que os materiais piroclásticos que cobriram os restos mortais possam tê-los protegido de fatores ambientais, como o oxigênio atmosférico, que degrada o DNA”, explicam.
As análises encontraram um cidadão médio dessa área nessa época. Ele possui o perfil genético da população italiana central na época do Império Romano.
“As análises genômicas apontam que o indivíduo Pompeiano A é geneticamente próximo dos povos mediterrâneos existentes, principalmente dos italianos centrais e sardos”, explica o estudo.
Outra descoberta foi a presença de tuberculose espinhal, uma doença relativamente comum entre cidadãos romanos da época.
Os pesquisadores explicam que “o diagnóstico mais provável para o indivíduo A da Casa del Fabbro é a TB espinhal (doença de Pott), o tipo mais comum de tuberculose envolvendo os elementos ósseos e uma das doenças mais comuns e devastadoras da história da humanidade”.
Com esse estudo, os pesquisadores esperam ter adquirido conhecimento para estudos futuros no genoma de outros cidadão de Pompéia. É possível recuperar DNAs que não foram tão afetados pelo calor e protegidos pelas cinzas.