Um cadáver se decompõe em tempos variados, dependendo do ambiente ao qual está exposto. Alguns tecidos se degradam em apenas alguns minutos, outros podem levar anos ou décadas. Conheça agora um pouco mais do destino mórbido do corpo humano após a morte.
O tecido nervoso, como é o caso do cérebro, é um dos mais importantes para a vida e também um dos mais frágeis. Neurônios e outras células cerebrais raramente se recuperam após ficarem alguns minutos sem oxigênio. Portanto, em média 4 minutos após a morte, as células do cérebro começam a se degradar de dentro para fora, como veremos mais à frente.
Já os ossos e ligamentos demoram muito mais para atingir a decomposição, em partes porque eles são feitos por células com pouquíssima água e, muitas vezes, mortas e enrijecidas. Enquanto os tecidos moles se degradam em algumas horas, dias ou meses, os ossos e ligamentos podem levar até 100 anos para sumir completamente (dentro de um caixão). Isso quando o cadáver se decompõe, e não acaba mumificado ou fossilizado.
Com as condições certas — geralmente pouco oxigênio e pH e temperatura baixos – os tecidos moles podem se mumificar. Isso porque boa parte dos microrganismos responsáveis pela decomposição do corpo têm sua atividade interrompida ou muito reduzida nessas condições.
Um invólucro para o corpo, como um caixão, evita também o ataque de insetos e larvas e pode diminuir a umidade, o que também reduz a degradação dos tecidos.
Um cadáver se decompõe em 4 estágios
Tipicamente na ciência forense, a decomposição do corpo humano se divide em quatro estágios principais:
1. Autólise
Autólise é um termo comum em Biologia Celular que se refere à “autodestruição” da célula. A partir de um sinal externo – como a falta de oxigênio – a célula libera enzimas digestivas de suas organelas, o que a destrói de dentro para fora. Esse processo ocorre normalmente no corpo, mas é generalizado para praticamente todas as células após a morte.
2. Inchaço
Com o rompimento de órgãos como o intestino, muitas bactérias se espalham internamente por todo o corpo. Sem um sistema imune funcionando, os microrganismos estão livres para digerir os restos do corpo. A atividade de grande parte destes organismos libera gases com enxofre e outros compostos, o que gera o inchaço e o odor.
3. Decaimento ativo
Neste estágio a maior parte da massa corporal é decomposta. A grande maioria dos órgãos passa a se liquefazer, vazar do corpo e evaporar. Após esse estágio, que pode levar alguns meses, sobram apenas cabelos, cartilagem e ossos, por exemplo.
4. Esqueletização
Por fim, os únicos resquícios do corpo são as partes minerais mais resistentes, os ossos. Após muitos anos, contudo, mesmo o tecido ósseo acaba reduzido a minerais dissolvidos na água, deixando para trás apenas fragmentos do que antes foi um esqueleto.