Os tubarões são naturalmente assustadores graças os seus grandes dentes e filmes dos seus ataques. Colaborando para essa imagem assustadora, cientistas encontraram fósseis raros de tubarão lutando com outro tubarão. Vale ressaltar a importância desses fósseis para ciência, uma vez que raramente cartilagens sofrem a fossilização.
A descoberta de fósseis raros de tubarão
Através de quatro achados diferentes, pesquisadores descobriram antigas vértebras de tubarões já extintos. No estudo da Acta Palaeontologica Polonica, os autores descreveram espécimes da Planície Costeira Atlântica, pelo leste da costa da América do Norte. Todas elas estão cobertas por marcas de mordidas de tubarão, sendo que duas têm dentes pontiagudos saindo delas.
Especificamente, são três sedimentos da costa de Calvert Cliffs, descobertos entre 2002 e 2016, e um fóssil da Carolina do Norte encontrado na década de 80.Segundo os autores, todos os fósseis raros datam do Período Neogeno, que começou cerca de 23 milhões. Além disso, correspondem ao mesmo período do megalodon, o maior tubarão já registrado (essa espécie não estava envolvida nos ataques).
Vale ressaltar que a predação entre tubarões era comum, inclusive o canibalismo, visto até nas espécies atuais (como os lamniformes). Por exemplo, há evidências muito antigas desses ataques, como conteúdo intestinal fossilizado de um tubarão do período Devoniano.
Por fim, os resultados da pesquisa revelaram, com base na análise da mordida presentes nos fósseis, que algum condríctios foi o responsável pelo ataque. O coautor Victor Perez explicou: “Não podemos identificar as espécies exatas envolvidas nesses encontros mas podemos restringi-los a alguns prováveis culpados”.
Infelizmente, não foi possível identificar se as mordidas aconteceram em um ataque ativo ou em algum evento isolado, ou seja, uma busca por recursos como alimentos. Com exceção de um fóssil que possuía dois dentes, de quase 4 cm, embutidos em si e mostrando sinais de cura. Graças às remodelações feitas no estudo sugerem que o tubarão atacado dessa amostra sobreviveu à luta.
O processo de fossilização
O surgimento de um fóssil acontece graças ao soterramento da espécie morta em várias camadas de sedimento e, após um longo período, os restos são compactados e geram esses vestígios do passado.
No entanto, partes moles (como as cartilagens dos tubarões) são facilmente decompostas e impossibilitam o acúmulo dos sedimentos. Por isso, nesse caso, os achados foram tão impactantes, cartilagens originaram fósseis raros de tubarão!
Tendo isso em vista, para o coautor, a explicação para essa conservação está no estilo da cartilagem: “Os centros [caso dos fósseis encontrados] são compostos por uma cartilagem calcificada mais densa que se preserva melhor do que outras partes do esqueleto”.