Já ouviu falar de rovers em Marte? Quando descobrem sobre os simpáticos robôs, muitos não imaginam o trabalho que eles fazem. E nem qual é o principal motivo para estarem lá.
Muito se fala hoje da busca por evidências de vida em outros planetas. A astrobiologia, a ciência que estuda a possibilidade de vida em outros planetas, é uma área que cresce cada vez mais. A descoberta dos exoplanetas, planetas fora do Sistema Solar, ampliou ainda mais a discussão. Com o enorme número de sistemas estelares pelo universo, é neles que boa parte da atenção dos cientistas está concentrada hoje. Isso não quer dizer, contudo, que podemos ignorar nossas proximidades.
De fato, a vida pode ter deixado rastros em muitos de nossos vizinhos. E um excelente candidato para estudo é Marte. O planeta é até parecido com a Terra em muitos aspectos. O mais interessante, contudo, é que a curta distância entre os planetas permite que estudemos sua superfície de perto. E é para isso que servem os já mencionados rovers.
Rovers: exploradores de Marte
Os rovers são veículos móveis de exploração geológica que andam por Marte. Seu objetivo é conseguir mais informações sobre o clima e o solo do planeta no próprio local. As investigações começaram em 2003, quando a NASA lançou ao planeta vermelho os dois primeiros exemplares. Seus nomes eram Spirit e Opportunity. A duração e funcionalidade dos robôs impressionaram. Por isso, eles estimularam também o lançamento de mais missões. Hoje, até a China tem um rover enviando informações. E a própria NASA lançou depois mais máquinas para explorar o planeta, como as Curiosity e Perseverance.
A Perseverance é, na verdade, a mais recente. Foi lançada em 2020 e aterrissou no planeta em 2021. Seu design é semelhante ao da Curiosity. Conta, porém, com mais instrumentos científicos. Entre eles, o mais importante é uma broca para escavar e remover amostras do solo. Além disso, mais de 40 tubos para coleta de amostras estão incluídos em suas ferramentas. As amostras, por sua vez, devem ser retornadas à Terra e estudadas por aqui.
Entre sucessos e fracasssos
No dia 5 de agosto, a Perseverance realizou sua primeira tentativa de cumprir sua principal missão. Mas, apesar de uma perfuração bem sucedida no solo, as coisas não foram como esperado. Quando observaram o tubo que deveria conter uma amostra marciana, não viram nada. Pelo menos, nada que viesse de rochas de Marte. A explicação para isso poderia ser de que a rocha havia se fragmentado durante a coleta. Ou então, um problema de hardware. Após dias de análise, contudo, a broca não parecia ter problemas. Afinal, a rocha em questão poderia apenas ter se comportado mal em sua captura. Era necessário investigar mais.
Para isso, os cientistas decidiram perfurar diferentes tipos de rocha. Além disso, em diferentes regiões do planeta. No dia 1 de setembro, porém, veio a boa notícia. Finalmente, o objetivo foi alcançado. A Perseverance perfurou com sucesso uma rocha de Marte.
Perfurando rochas marcianas
O sistema da Perseverance é uma obra de engenharia e automação. Para fazer as perfurações, conta com um braço mecânico de 2 metros. No final dele, uma broca rotativo-percussiva (também chamada de perfuratriz). E, por fim, uma parte oca na ponta, para extrair as amostras em cilindro. Essas, inclusive, podem ser mais finas do que um lápis de escrever. Além disso, conta com avançadas câmeras de alta resolução e mais de 40 tubos para armazenar e coletar as rochas.
A primeira tentativa de extração, que não deu certo, fez tambémm os cientistas adaptarem seu método. Dessa vez, o rover iria obter mais imagens antes de seguir com o armazenamento da amostra. De fato, as imagens iniciais mostraram a presença de uma rocha no tubo. Depois do processo de coleta, foram feitas mais imagens. Essas, contudo, não foram tão conclusivas. Apesar disso, a equipe da Perseverance está bastante confiante.