Arqueólogos encontraram restos de flores de 2.000 anos que foram queimadas pelo povoado de Teotihuacan, sob uma pirâmide da antiga cidade. O monumento tem cerca de 23 metros de altura, o que o torna maior que a Esfinge de Gizé, do Egito.
A pirâmide em questão faz parte do “Templo da Serpente Emplumada”, erguido para homenagear Quetzalcoatl, um Deus que os antigos adoravam na Mesoamérica. Os arqueólogos encontraram os ramos há 18 metros abaixo do solo, na parte mais profunda de um dos túneis que cortam a construção. Sergio Gómez-Chávez, do Instituto Nacional de Antropologia e História do México, líder da escavação, forneceu o dado.
Acima de tudo, as flores de 2.000 anos faziam parte de rituais associados à fertilidade, onde os indígenas ocupavam os túneis. Agora, a equipe de Sérgio pretende analisar o material para identificar as flores, que abririam margens para novas descobertas sobre esses costumes antigos. Na verdade, os profissionais encontraram diversos buquês, formados por uma média de 40 a 60 flores.
O que as flores de 2.000 anos podem revelar sobre o passado?
Gómez-Cháves revela que os arqueólogos também se depararam com evidências de uma grande fogueira, pois no território há pedaços de madeira queimada, onde o povo da antiguidade colocava-os sobre os ramos antes de atear fogo.
O túnel onde a equipe encontrou as flores de 2.000 anos foi revelado ao mundo em 2003, e, desde então, pesquisadores localizaram diversos artefatos. Dentre eles, restos de animais, esculturas, grãos de cacau, e outros elementos que ajudam a entender como a região funcionava naquele período, contudo, essa missão não é fácil como parece.
Agora, o foco principal das análises está em descobrir como a sociedade da época conseguia criar os túneis. O território de Teotihuacan possui várias pirâmides e floresceu, provavelmente, entre 100 a.C e 600 d.C. Sua população pode ter chegado a 100.000 pessoas, ocupando uma área de 20 quilômetros quadrados de núcleo urbano. Ou seja, era a maior cidade da América e a sexta maior do mundo!
Quando os astecas chegaram ao local, sobretudo, tinham certeza de que a cidade pertencia às construções de deuses ou gigantes. Teotihuacan, inclusive, significa ‘lugar onde os homens se tornam deuses’, e as flores de 2.000 anos só provam que centenas de rituais aconteciam naquele solo.
Entretanto, os pesquisadores não conseguem apontar, com exatidão, quem construiu não somente a cidade em si, como também, as pirâmides que cercam o território — Teotihuacan é um grande mistério arqueológico.
Com informações de Live Science.