As girafas têm vidas sociais altamente complexas semelhantes às dos elefantes

Rafael D'avila

Radares científicos descobriram que as girafas têm vidas sociais altamente complexas, assim como os elefantes. Mesmo sendo animais imponentes, não conseguiram fugir dos olhares e estudos dos seres humanos.

“É desconcertante para mim que uma espécie africana tão grande, icônica e carismática tenha sido pouco estudada por tanto tempo”, disse a etologista da Universidade de Bristol, Zoe Muller. Até o ano de 2000, os pesquisadores consideravam as girafas ‘socialmente indiferentes’. Em 1991, uma revisão apontou o animal como “não formando laços duradouros com seus companheiros e associando-se da maneira mais casual”.

Mesmo vivendo em rebanhos, sabe-se que elas mudam constantemente suas alianças, levantando o questionamento de não formarem laços sociais, a não ser mães e filhotes. Agora, novas análises e câmeras digitais mostraram que as girafas têm vidas sociais altamente complexas, mais sofisticadas socialmente do que cogitavam até hoje.

Após mais de 400 estudos, Muller e o zoólogo da Universidade de Briston, Stephen Harris, conseguiram encontrar uma compreensão maior sobre a maneira em que as girafas agem socialmente. Dentre análises e análises, descobriram que “embora os animais solitários sejam comuns, as girafas também se associam em pequenos grupos de três a nove animais. Estes geralmente incluíam pares de mulheres adultas aparentadas. Nós observamos, contudo, outras juntas por até seis anos, e mães com seus filhos – relacionamentos que podem persistir por pelo menos 15 anos”, concluíram.

Estudos que mostraram as vidas sociais altamente complexas das girafas separaram análises entre ‘machos e fêmeas’

vidas sociais altamente complexas
Imagem: Divulgação/ Mundo Ecologia

Esses grupos se formam por até três gerações, onde os adultos ajudam a cuidar dos filhotes de outras mães. Além disso, foram vistos lamentando a morte de bebês de outros indivíduos, onde até em cativeiro os profissionais observaram este padrão de relacionamento feminino.

Estudos que mostraram mais sobre as vidas sociais altamente complexas das girafas, também indicaram que os machos se dispersam dos bandos. Com isso, ficou claro que esses animais têm sociedades matrilineares, ou seja, unidades sociais existem dentro de um grupo mais amplo e em constante mudança.

“Este artigo reúne, sobretudo, todas as evidências para sugerir que as girafas são, na verdade, uma espécie social altamente complexa, com sistemas sociais complexos e de alto funcionamento, potencialmente comparáveis ​​aos elefantes, cetáceos e chimpanzés”, explica Muller.

As girafas “desenvolveram sociedades complexas e altamente bem-sucedidas, o que facilitou sua sobrevivência em ecossistemas duros e cheios de predadores”, disse Muller. As vidas sociais altamente complexas das girafas fizeram cientistas reconhecerem que as girafas têm um sistema social cooperativo de difícil entendimento.

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