Caçadores ilegais são mortos por elefantes na África do Sul

Mateus Marchetto
Um grupo de caçadores ilegais fugiu em direção a uma manada de elefantes na África do Sul. Um acabou pisoteado, outro capturado e o último foragido. Imagem: Willm78/Pixabay

O parque nacional Kruger, localizado no nordeste da África do Sul, é palco de confrontos entre caçadores ilegais, patrulhas de defesa e os próprios animais. Mais um exemplo dessa guerra silenciosa acaba de acontecer no dia 17 de abril.

Nesse dia, uma patrulha de defesa do parque identificou três suspeitos de caça ilegal nas dependências da reserva. Contudo, os criminosos também localizaram a patrulha e fugiram o mais rápido possível, deixando para trás um machado e uma mochila de suprimentos.

A guarda florestal do parque imediatamente acionou as unidades aéreas e K-9 sul-africanas, iniciando uma perseguição aos fugitivos. Todavia, os caçadores acabaram enfrentando algo ainda pior do que as consequências legais dos seus atos. Acontece que o grupo fugiu diretamente para o meio de uma manada de elefantes.

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Guardas florestais africanos. Imagem: Ptera/Pixabay

O primeiro indivíduo foi capturado pelas autoridades antes de acabar ferido gravemente pelos elefantes. O suspeito contou às autoridades, por conseguinte, que seus companheiros haviam fugido em direção à manada.

Os rangers capturaram posteriormente um segundo suspeito com ferimentos graves após ser pisoteado pelos elefantes. Apesar das equipes de resgate, o indivíduo acabou morrendo ainda nas dependências do parque nacional.

O terceiro integrante do grupo continua foragido e seu companheiro reportou que este acabou com um ferimento no olho durante a fuga em meio aos elefantes.

Caçadores ilegais e o mercado negro

Apesar dos elefantes terem feito justiça com as próprias patas, esses paquidermes não são o principal alvo da caça ilegal. Isso porque a sociabilidade desses animais dificulta bastante qualquer ataque.

Os rinocerontes, por outro lado, são animais bastante solitários e seus chifres acabam como produtos dos mais variados (e falsos) efeitos no mercado negro. Muitas das espécies desses animais possuem apenas algumas dezenas ou unidades de indivíduos no planeta todo.

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Espécies asiáticas também sofrem com os caçadores ilegais, como mostrao cartaz acima, do Nepal. Imagem: Yolanda Coervers/Pixabay

Apesar de revoltante, no entanto, a caça ilegal tem uma raiz socioeconômica. Muitos dos caçadores acabam forçados a esse tipo de crime pelo desemprego e falta de auxílio, especialmente em tempos de pandemia. Estatísticas mostraram, inclusive, que as incidências de caçadores ilegais vêm aumentando drasticamente desde o início da crise do coronavírus.

Assim, os principais responsáveis pelo mercado da caça ilegal são os compradores e vendedores internacionais. Esses, sim, incentivam o conflito estre as guardas florestais e os caçadores, os primeiros lutando pela conservação e os segundos muitas vezes pelo alimento de suas famílias.

De qualquer forma, as autoridades sul-africanas vêm ampliando desde 2015 suas áreas de atuação nos parques nacionais. Por consequência, os conflitos com caçadores ilegais e mesmo a morte de guardas aumentaram também drasticamente. Ademais, muitos grupos armados e terroristas de diversas regiões do Continente Africano empregam grupos de caça em áreas de preservação nacional.

Com informações de IFL Science.

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