Crachás de identificação de crianças encontrados em campo de extermínio na Polônia

SoCientífica
(Yoram Haimi)

Uma equipe de arqueólogos encontrou quatro crachás de identificação usados por crianças assassinadas no campo de extermínio nazista de Sobibor, no leste da Polônia. 

Os crachás metálicos diferem uns dos outros e as crianças provavelmente as receberam de seus pais, que tinham esperanças de que as informações ali contidas pudessem ajudá-las a voltar para casa.

“Cada pequeno artefato que temos traz uma história. É a história da comunidade de onde eles vieram para Sobibor”, disse Yoram Haimi,  arqueólogo da Autoridade de Antiguidades de Israel, que faz parte da equipe que está escavando o local e cujo tio foi morto no acampamento, ao portal Live Science

O holocausto

Durante o Holocausto, os nazistas assassinaram 6 milhões de judeus, bem como pessoas com deficiência, ciganos, poloneses e outros povos eslavos. Somente no campo de concentração de Sobibor, cerca de 250.000 pessoas – a maioria judeus poloneses – foram mortas entre maio de 1942 e outubro de 1943, de acordo com a Enciclopédia Britânica.

A escavação também revelou a câmara de gás, o crematório e uma vala comum no campo de extermínio. A câmara de gás era um composta por um prédio de 350 m² dividida em oito quartos. 

 “Podemos dizer que toda vez que você pode colocar entre 800 a 900 pessoas nesta câmara de gás, ligava o motor do tanque e matava em 10 minutos 900 pessoas. É uma fábrica de matar”, disse Haimi.

Crachás de identificação de crianças mortas em campos de concentração
Campo de extermínio de Sobibor. (Holocaust Memorial Museum Foto)

Alguns prisioneiros foram mantidos vivos para trabalhos forçados em Sobibor. Eles eram obrigados a retirar os corpos das vítimas das câmaras de gás e enterrá-los em valas comuns ou forçados a trabalhar nas áreas de administração e recepção do campo, de acordo com o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos.

As crianças a quem pertenceram os crachás de identificação

 Os crachás de identificação pertenceram a Deddie Zak de 8 anos, Annie Kapper de 12 anos e David Juda Van der Velde de 11 anos, que foram assassinados pelos nazistas em 1943. Entretanto metade da etiqueta de uma das crianças estava danificada por fogo. Ela pertenceu à David Juda Van der Velde. “Os alemães queimaram seu corpo e em seu pescoço estava esta etiqueta”, revelou Haimi.

As etiquetas continham o nome de cada criança, sua idade e sua cidade natal.


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