O Projeto Tamar extinguiu três bases de conservação de tartarugas marinhas, em Camaçari (BA), Parnamirim (RN) e Pirambu (SE). Faz parte do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, subordinado ao Ministério do Meio Ambiente, conduzido pelo ministro Ricardo Salles.
Primeiro foi fechada a base de Sergipe, que já não estava funcionando desde o fim de 2020. Por outro lado, o Ministério do Meio Ambiente confirmou a criação de uma base avançada em Salvador (BA).
Novas determinações para o Projeto Tamar
A mesma determinação indicou que as bases avançadas dos centros nacionais de pesquisa e conservação devem continuar funcionando somente se houver a comprovação da necessidade destas ações.
A partir disso, deverão ser realizados projetos de pesquisa ou de conservação e planos de trabalho que devem ser aprovados pela Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do Instituto Chico Mendes.
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Conforme nota divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, os fechamentos dessas bases já eram programados desde o ano passado. Isso aconteceu pelo fato de elas não contarem com servidores para a realização das atividades.
Dessa forma, o fechamento de mais duas bases do Projeto Tamar serve para uma melhor distribuição de recursos. Veja um trecho da nota:
“Melhor alocação de recursos com a consequente potencialização das atividades finalísticas desempenhadas na Conservação da Biodiversidade, cujas atividades estão atreladas aos projetos de pesquisa dispostos nos planos de trabalho específicos a cada uma delas”.
Bases ativas só se houver necessidade
O texto diz que as bases avançadas dos Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação, incluindo o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, só vão continuar ativas se houver necessidades de pesquisas.
Conheça o Projeto Tamar
Tamar é a junção das iniciais das palavras “tartaruga” e “marinha”. É um projeto que existe desde 1980 e tem auxiliado na preservação de espécies ameaçadas de extinção, preservando é claro, principalmente as tartarugas-marinhas.
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No início do projeto eram colocadas pequena placas metálicas nas tartarugas, que serviam para monitorar as rotas migratórias e outros detalhes. Assim, recebeu o nome de Programa Brasileiro de Conservação das Tartarugas Marinhas, ou Projeto Tamar.
O Tamar contava com 24 bases, sendo que 18 delas atuavam o ano inteiro e seis em apenas algumas épocas do ano. Assim, elas estão em cidades conhecidas, como Fernando de Noronha (PE), Aracaju (SE), Costa do Sauípe (BA), Ubatuba (SP) e Florianópolis (SC). A Bahia é o estado que mais possui bases, junto com o Espírito Santo.
Sergipe é o estado onde existe a maior concentração de desovas da tartaruga-oliva. Na base de Pirambu, que já foi fechada, havia um programa de valorização cultural, com destaque para quadrilhas juninas, capoeira e bordadeiras, ou seja, ia além apenas de preservar a reprodução de tartarugas.